A vida, às vezes, é uma salada com molho.
Não importa a quantidade de caminhos diferentes que a vida nos mostre, é da natureza humana temer o desconhecido e optar pelo lugar-comum.. Mesmo que as circunstâncias não estejam lhe favorecendo.
Para isso, temperamos a situação com toda a sorte de molhos a fim de tapearmos os nossos sentidos, que nos faz acreditar que "está tudo bem, é só um gosto ruim", fingindo assim que a situação requer tempero, e não mudança.
Nos acostumamos com situações ruins na mesma medida em que nos acostumamos que respirar é vital.
Não fomos ensinados, apenas sentimos e obedecemos a instintos. E quando pensamos em mudança, quando finalmente saímos desse estágio de Caverna de Platão e a realidade nos salta aos olhos, acreditamos que a nossa existência vai ser diferentes amanhã. Porém, em nossa concepção tão fortemente arraigada a valores sobrenaturais, acreditamos que vamos mudar, mas independente de nossos esforços físicos ou psicológicos. Como em um passe de mágica, vai acontecer. Está predestinado.
Então abrimos a geladeira, pegamos a salada e, num ciclo ressonante dia após dia, voltamos a temperá-la.
Como diria Albert Ainstem, fazer as mesmas coisas e esperar resultados diferentes é a maior prova de insanidade. Vivemos em um mundo de insanos?
Cabe aqui um apelo sincero de uma pessoa-árvore que já cansou de criar raízes cada vez mais espessas em um ambiente inóspito:
- Tenha coragem e te levanta. Ponha de lado tudo que te faz mal, que agride a alma, que te sufoca.
Não precisa comer a salada se não quiser.
Até por que, segundo especialistas, botando molho sobre ela você acaba consumindo mais sódio do que vitaminas.