O meio da semana
Rezei para te ver e minhas preces foram atendidas. Sua feição era de uma pessoa realizada, satisfeita (e até mesmo feliz). Isso em decorrência de ter cumprido a sua tarefa. Estou contente por você.
Passou por mim no corredor, trocamos algumas palavras. Percebi que é tímido, mas que gosta de conversar. Notei também que as suas sobrancelhas estavam bagunçadas, achei engraçado. O tempo todo você mexia as mãos, como se estivesse nervoso; algumas vezes, as colocava no rosto, ou remexia o cabelo. Sorria com frequência e pronunciava as palavras de uma maneira incomum.
Posteriormente, nos afastamos - muito embora minha vontade era de grudar em você e não soltar nunca mais. Acho que citei seu nome algumas vezes nas minhas conversas. Acho que já estão todos saturados de mim. Mas, afinal, eu gosto de você e falar as mínimas coisas fazem eu me sentir melhor.
Te vi dançando. Ou, pelo menos, tentando dançar. Te vi sentado, conversando, com o olhar distante, mas mantendo o mesmo semblante.
Uma pessoa te puxa e eu estou perto dela. Ela te diz algo e você a responde, sem hesitar. Você descansa as mãos em uma cadeira, abaixa a cabeça e me olha de relance. A pessoa que está ao meu lado me alerta sobre isso, no entanto, nada vi.
Agora são quase quatro horas da tarde. Escrevo isso e percebo que é apenas quarta-feira do primeiro dia de Outubro. Ainda faltam dois dias para muita coisa acontecer, quem sabe.
Termino de ouvir o primeiro disco do Belle and Sebastian.