ESCRAVOS DO TEMPO.

ESCRAVOS DO TEMPO.

Falarmos do tempo é até difícil atualmente, pois, na verdade não temos tempo de fazer nada, ou melhor, achamos que os dias encurtaram nas horas e corremos sem parar para darmos conta do mínimo possível. Mas, por que será que isto está acontecendo? Pois bem, estamos confuso quanto a isto, ou não?

Então vamos ao tempo. O tempo é o mesmo de ontem, hoje e o será de amanhã. Notem uma coisa: quanto mais se fala em modernidade para se viver, em tecnologia cada vez mais avançada para facilitar nossas vidas diariamente, menos espaço no tempo nós temos. Parece que a velocidade com que a modernidade das coisas, do mundo despeja sobre nossas cabeças faz com que percamos a noção, o equilíbrio do dia que tem e terá sempre vinte e quatro horas. Gosto sempre de comparar um dia na roça com um dia na cidade. Mesmo que a tecnologia tenha chegado nas comunidades rurais, as pessoas que lá vivem não perderam o sentido e o equilíbrio de como se deve viver em vinte e quatro horas. Trabalham, descansam, têm o seu momento de lazer, enfim fazem suas atividades gerais, e ainda conseguem apreciar a natureza, tirando dela muitos ensinamentos, que livro nenhum e faculdade nenhuma vai nos ensinar jamais.

Quando estamos na cidade, no trabalho ou mesmo fora dele em casa e no lazer, o tempo é contado no limite para tudo. Muitas vezes a alimentação é mal feita por interesses profissionais. A nossa saúde é colocada em segundo plano. Não temos tempo nem de ir ao médico para um controle necessário no mínimo anualmente. Já quando estamos em uma comunidade rural, que seja um dia só, algumas horas apenas para sairmos da rotina diária, parece que o tempo fica parado. Temos espaço de sobra para fazermos tanta coisa e até tirarmos uma boa soneca durante o dia. Nossas baterias são carregadas novamente e esquecemos tudo que deixamos para traz naquele momento. É um mundo diferente daquele que vivemos cotidianamente. E muitas vezes até estranhamos que o relógio de parede que fica na sala da casa em que estamos, pára e teima em deixar o tempo avançar, parecendo uma briga suave entre dois namorados: um não querendo ir embora e o outro querendo ficar.

É mais ou menos assim mesmo. Na cidade somos escravos do relógio, na roça o relógio é o nosso escravo. Todos nós seres humanos, sempre teremos o mesmo tempo igualzinho para todos. Cabe a cada um de nós sabermos usá-lo corretamente, coerentemente em tudo o que fizermos. Se a tecnologia chegou para dar um impulso mais rápido à sociedade e ajudar-nos a fazer as coisas com mais facilidade e mais rapidamente, então porque devemos inconscientemente culpar ela pela falta de tempo em nossas vidas? Deveríamos sim termos tempo de sobra para desfrutarmos mais da vida e principalmente da natureza aprendendo a respeitá-la mais, como fazem nossos irmãos da área rural, a fim de que a conservemos. O tempo somos nós que fazemos. Não podemos deixar que ele nos controle e sim que nos sirva dentro das possibilidades necessárias.

QUE DEUS ABENÇOE A TODOS!

Ailton José Ferreira

Membro da Academia de Letras de Pará de Minas – Cadeira nº 07

Policial civil aposentado, Bel. Direito, pedagogo, escritor e educador.

ailtonferreira_assepam@yahoo.com.br

BLOG: www.literaturaparademinas.webnode.com

Ailton Inspetor
Enviado por Ailton Inspetor em 03/11/2014
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