Meia hora, hora em meio.

Eu venho todos os dias por aquele caminho que não é meu.

Fico ali meia hora parada no ônibus e pensando porque desse grande vazio no meu peito. Mesmo eu sentindo a presença do criador que invade aquele lugar, há uma falta de algo que não sei o que é, ou talvez não queira assumir mais isso.

Vejo carros parados também, e vejo no meio do caos um carinha andando de bicicleta no meio daquela paisagem urbana e escura. Ele corre e abre os braços e canta! Como eu queria estar no lugar dele! Com essa felicidade que esbanja, deve ta indo ao encontro de alguém que ama, sua amada deve estar em casa à sua espera.

Tenho pensado no meu também, o tempo que paro assim. As vezes duvido do lindo projeto que o criador nos tem para realizar juntos, mas fico aqui esperado e esperando... E aí nem desisto mas também não tento, ele tem razão em dizer que estou sem forças.

Mas as vezes é tão difícil esse suportar, somes de mim e não vejo resposta. E volto a pensar se é dele isso, ou se é mais um teste. Até quando terei que provar meu amor? Até onde preciso ir para mostrar o que sinto? Por que não aparece ninguém ao menos perto do que ele significa para mim? Essas são apenas poucas das muitas indagações que nem sei como me expressar... Aqui estou escrevendo isso e suspiro escutando janta, e lembro que quando ouvi-a naquele show, só teve sentido porque pensei em você.

Eu preferia ter pagado mais caro e ter você a meu lado,

Pegado um ônibus lotado e ver teus olhos brilhando quando chegasse lá. Ter sentado naquela grama verde com você pois não teria receio de sujar a roupa, como fez naquele parque em que vimos a orquestra.

Ter caminhado na volta pelo mar ou pelo próprio centro cultural a noite inteira por não termos como voltar, só pra ver seu sorriso bobo de lado, aquele seu sorriso de canto de boca que eu adoro.

De na hora da comunhão com o público poder te abraçar, segurar tua mão e sentir tua barba (como estava grande hoje) no meu rosto. E quem sabe te roubar um beijo como fiz na igreja trocando um bombom.

Tudo isso desejei com você, mas não se preocupe não fiz com o outro. Não existe nada com ele, nem com outro. Não há ninguém, será que não lembra que você é o meu alguém?!

Estou tendo uma paciência que não existiu nunca em mim talvez esse seja o plano no criador, me provar naquilo que falta ser consertado.

Ha única coisa que tenho edificado-me nisso é a paz que tenho tido, mesmo sozinha e com esse vazio. Estou tendo calma o tempo todo.

Existe:

Saudade

Vazio

Falta

paz

e calma em mim.

fico nessa hora, ao meio.

Quero teu suin que é o mesmo que o meu,

meu braquim.

Judy Cavalcante
Enviado por Judy Cavalcante em 03/11/2014
Reeditado em 03/11/2014
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