UM MISTÉRIO CHAMADO MORTE

A morte é um mistério que assusta. Talvez por isso ao redor dela, e em função dela a história do homem mostre, muito antes do advento do cristianismo, o surgimento de inúmeras religiões, crenças, e mitos como os deuses domésticos, conforme relatado em a Cidade Antiga, do historiador Fustel de Coulanges. O patriarca que morria era elevado á condição de deus protetor do grupo ao qual pertencia.

Havia um verdadeiro culto ou reverência aos mortos, algo tão forte que invadiu os séculos e influenciou até a Igreja Católica; tanto que desde o século V dedica um dia do ano para se rezar por todos os mortos. Em tempos de hoje, o dois de Novembro.

Morte, um mistério que acompanha a história do homem sobre a Terra, mas quem sabe uma hora dessas um ser iluminado surpreenda o mundo e apareça nas praças e templos; no rádio, TV, nas redes sociais e revele a verdade sobre a origem humana. De onde verdadeiramente viemos, o que aqui fazemos e para aonde vamos depois. Será que somos apenas filhos dos nossos pais?

O que há por trás da essência que nos faz andar, falar, pensar, raciocinar, sentir amor, raiva, e por vezes até nos inclinar para o bem ou para o mal?

Não! Não acredito que sejamos apenas uma junção de células e músculos com capacidade de ir, de um lugar a outro. Há um mistério entre o que aprendemos a chamar de carne, e o espirito, essa força invisível que sustenta e movimenta nossa pesada massa corporal.

A conjugação do corpo e da alma nos faz humanos. Uma energia depende da outra para sua concretude na Terra. Alma e corpo são irmãos, embora se acredite que a alma seja mais importante do que o corpo. O corpo apodrece, fenece, a alma é imortal é livre para viajar por mundos desconhecidos da nossa forma humana, ou mesmo, como diversas crenças, para habitar e dar vida a outras vidas, dar vida a outros corpos.

Somos um invólucro sagrado, ou o templo, dessa poderosa força capaz de operar prodígios à luz de nós, gentes. Pena que esse “avatar” ou invólucro, tenha prazo de validade, e isso nos assusta justamente pela incerteza do que virá depois.

A chegada do fim da massa corporal começa a contar a partir do nossa concepção. O bom mesmo seria se ambos, corpo e alma, não se abandonassem jamais, assim, teríamos todo o tempo do mundo para concretizar nossos sonhos e projetos aqui mesmo na nossa mãe Terra. Mas não é assim. Uma hora o fim, que preferia chamar de outro recomeço, chega.

O tempo passa e fielmente cumpre sua missão. Vem o vento, a chuva, o sol, as emoções não resolvidas que castigam os corpos da Terra. Sangue, fibras e músculos vão aos poucos sucumbindo. Só nos resta viver as vidas que nos restam e pelo menos justificar nossa presença por aqui até a transformação do nosso corpo em pó.

A alma, o espirito, a força motriz que nos movimenta e nos faz gentes, para alguns, continuará com sua saga pelo desconhecido em busca de novos corpos, novas vidas; para outros, aguardará adormecida a chegada do juízo final.

elson araujo
Enviado por elson araujo em 02/11/2014
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