Brasileiros inovam no Dia das Bruxas

Brasileiros inovam no Dia das Bruxas

Sempre que chega outubro, as crianças já se animam. Como se sabe, dia 12 é a data dedicada a elas, quando pedem os mais diversos presentes aos pais e outros familiares. A comemoração chega a ofuscar o feriado de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, que é festejado no mesmo dia. Porém, não é só no 12 de outubro que os pequenos se agitam.

Nos últimos anos, com um número cada vez maior de modismos vindos dos Estados Unidos, o Dia das Bruxas, no 31 de outubro, passou a ser comemorado em muitas cidades brasileiras também. As pessoas não chegam a enfeitar abóboras e colocá-las nas varandas, ainda, mas outras menções à data são notadas. Uma delas é a tradição de se fantasiar com imagens macabras e pedir doces pela vizinhança.

No Brasil, tal como no Carnaval, uma das fantasias preferidas é a do ex-presidente Lula. Já ocorreram inclusive acidentes envolvendo crianças que tentaram cortar um dos dedos só para deixar a caracterização bem fiel. Também há aqueles que se vestem de Dilma aproveitando algum vestido vermelho que outrora servira para um traje de Mônica, a baixinha, gorducha e dentuça preferida de todos os brasileiros.

Os doces são um capítulo à parte. Como as crianças também se empanturram de guloseimas no dia dedicado aos santos Cosme e Damião e na Páscoa, muitos pais ficam preocupados com as possíveis consequências do consumo exagerado. Assim, diversos movimentos surgiram recentemente para um Dia das Bruxas menos trágico nas contas com o dentista e o nutricionista.

Diogo, professor, 30 anos, resolver dar livros para as crianças que batiam em sua porta entoando o famoso “gostosuras ou travessuras”. No lugar de chocolates, a obra literária que originou “A fantástica fábrica de chocolates”. Em vez de balas, “Meninos da Rua Paulo”. Perguntado sobre as reações das crianças, ele diz:

“Acho que gostam. Ficam sem palavras quando recebem os livros. Pelo menos aumentarão seu vocabulário lendo”.

Diogo acrescenta:

“Antes, como dia 31 é também dedicado ao Carlos Drummond de Andrade, eu recitava uma poesia dele, mas as crianças iam embora antes de eu terminar”.

Dona Maria, aposentada, 70 anos, faz diferente. Todo ano, ela diz que dará algo em troca caso as crianças joguem seu lixo fora, limpem o quintal e lavem a louça. Todas cumprem. No final, na hora da recompensa, quando os olhinhos brilham e as crianças pulam de excitação...

Alface.

Deve ser igual ganhar uma viagem a São João de Meriti no lugar de Búzios.