Jovem Otacílo Barbosa e a Empregada

Otacílio Pedrosa vivia hibernando em sua residência

Uma bela tarde, um cheirinho de bolo quentinho invadiu seu quarto.

"Ora, donde é essa delícia de cheiro?"

Saindo do quarto, Otacílio dá de cara com Jussara, nova empregada que a mãe contratara.

Jussara não era estonteante, apesar de bela; não era das mais interessantes, mas intrigava.

Seu ponto forte era o olhar - ela sabia disso - e fitou Otacílio assim que ele saiu do quarto.

-Está quente, quentinho... quer? Perguntou com ar dúbio, mas se fazendo de desinteressada.

Isso iniciou em Otacílio, jovem de aparência magra, uma avalanche de pensamentos no alto dos seus 20 e poucos.

-Quero, quero sim. Parece muito gostosa, er.. o cheiro está delicioso.

Jussara pos o bolo na mesa e apressou-se a preparar os talheres, prato, guardanapo e o bule de café.

O sol vespertino, clareava a sala e uma brisa tardia espalhava o conjunto de aromas e sensações.

Jussara sabia que despertara o desejo de Otacílio quando o flagra fitando-a com detalhes de um homem à espreita de uma mulher com o calor correndo por suas veias.

-Sua mãe vai voltar mais tarde.

-Huum, parece bom. Vontade de comer - disse malicioso - o bolo.

-Estava pensando...

-O que Jussara?

-Sua mãe voltará tarde.

-E?

-É que eu queria aproveitar... Não tenho mais nada para fazer, já tomei meu banho e... queria ir embora mais cedo se não se importar.

Otacílio, percebe que Jussara realmente exalava um aroma de frescor que trazia ao ambiente uma leveza, uma vontade de sorrir, e assim o fez.

-Você está rindo por quê?

-Você está particularmente bonita, hoje, Jussara.

-Você acha? -disse languida. -Está bom?

-O quê? O perfume? - disse desconcertado.

-Não o bolo.

-Ah! O bolo... sim..sim..está gostoso sim.

-Então? Quer algo mais?

-Não. Pode ir. - disse engolindo seco.

-Hã? Ah, tá! Não deseja comer mais nada? Posso lhe preparar alguma delícia saborosa!

-Não, obrigado. Vou voltar para o quarto. Pode trancar a porta quando sair.

Otacílio, levanta da mesa e vai ao quarto com um prato com bolo e o café na xícara sendo observado por Jussara, seu olhar de decepção e vontade queimaram a pele de Otacílio

que, antes de adentrar ao quarto, sente que não há como resistir a vontade, volta à mesa e em menos de um instante de pensamento se atraca à Jussara em meio a beijos e abraços.

O cheiro da tarde com bolo e sexo; a luz do sol e o brilho dos dentes de Jussara nos braços de Otacílio foi um convite à um banquete de delícias onde os dois eram o prato principal.

Se satisfizeram, riram de si e terminaram alí naquela tarde.

Jussara continua trabalhando na casa e Otacílio Barbosa continua hibernando.

Mas, de vez em quando, o cheiro de bolo quente sobe e se espalha pela casa.

(Marcelo Catunda 29/10/2014)

Marcelo I Catunda
Enviado por Marcelo I Catunda em 30/10/2014
Reeditado em 30/10/2014
Código do texto: T5016907
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