Invivibilidade da vida
Superficialidade e alienação pelas manhãs televisivas. Um mínimo de sentido durante o trabalho pelas tardes, sentido este oriundo da abstração diluída em ocupação. Quando anoitece, solidão: a única verdade, inevitável realidade. E assim os dias passam, entre relatos de livros lidos apenas por ler, refeições comidas apenas por comer, todas as coisas feitas apenas por fazer. Nenhum entusiasmo pulsando por trás, nenhuma emoção legítima, espontânea. Tudo planejado, pré-fabricado, falsificado, morto. Ruínas enfeitadas, mascaradas de significados vazios, baile à fantasia de nulidades que dançam como marionetes sem vontade própria. A vida é impensável... a vida é invivível.