DAS TRAGÉDIAS, REVOLUCIONÁRIAS DESCOBERTAS!
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Das grandes tragédias, podem também surgir grandes e revolucionárias descobertas sociais e humanas, com profundos efeitos positivos para toda a humanidade!
Nas grandes dificuldades, guerras, catástrofes, surgem sempre ideias engenhosas com soluções que, se distribuídas a todos, poderiam solucionar problemas de diversas outras pessoas. Como não desejo relatar a história desses feitos, sempre resultados de guerras, catástrofes, mas me ater somente a coisas mais recentes, como a seca em São Paulo, com empresas de lava jato reciclando água, uma professora lavando o pátio de sua casa e aguando suas plantas com água reaproveitada de máquina de lavar roupas e muitas outras. Por que ninguém aproveita essas engenhosas soluções e as produz para venda comercial, respeitando a ideia de quem as criou?
Me aterei, porém, a dois projetos desenvolvidos por jovens alunas brasileiras que tiveram as ideias premiadas na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, a partir de duas tragédias que viveram no passado, além de outros três estudantes do Sri Lanka, Nepal e das Filipinas que também tiveram seus projetos incluídos no Programa de Incentivo a Projetos Inovadores de Empreendedorismo Social. Fico me perguntando: por que não tiveram seus projetos reconhecidos em seus países, principalmente o das duas alunas brasileiras? A Universidade Harvard, nos Estados Unidos, recebeu 80 projetos e selecionou Raíssa Muller, de Novo Hamburgo, e 19 anos e de Geórgia Gabriela da Silva Sampaio, de Feira de Santana, na Bahia. Quais foram suas ideias e por que elas viajarão para expor seus projetos para investidores do mundo e conhecer a universidade? Raíssa, aluna de química, depois de ter presenciado uma grande mortandade de peixe em um rio de sua cidade e pensado “por que não existe uma grande esponja para retirar todo esse óleo do rio”, desenvolveu uma espécie de esponja que repele água e absorve óleo e pode ser utilizada em acidentes com derramamento de óleo no mar, rio e em outras aplicações. “É um filtro que funciona com criptomelano que é um mineral pouco conhecido e tem com propriedade ser poroso. No primeiro processo aumentei o tamanho dos poros e no segundo, fiz uma cobertura de silicone para repelir a água e absorver óleo”, explica a aluna. Ela diz que nenhuma substância química tem que passar e que o óleo e que, após ser absorvido e recuperado e revendido comercialmente, o filtro pode ser reutilizado até mais cinco vezes.
Nova pergunta: por que a Petrobras, que investe tanto em pesquisas para extrair petróleo, não patrocina uma ideia genial dessas e terá que comprar no exterior se quiser fazer uso dela após a produção em larga escala por alguma empresa estrangeira interessada? Será que ninguém da empresa percebeu a importância desse projeto para o meio ambiente? Seria apenas mais um descaso da Estatal que investe tanto no esporte, em corridas, em propagandas, mas pouco em educação e cultura, ou projetos sociais, além do Projeto Criança Esperança, da Rede Globo? Perguntar não ofende, mas pode incomodar a muitos!
Geórgia Gabriela da Silva Sampaio, convive com problema de endometriose na família e começou a pesquisar um método menos invasivo e mais barato, por meio de um exame de sangue, para diagnosticar a doença que acomete a milhares de mulheres no mundo e sempre termina em cirurgia com a retirada total do útero. Geórgia cogitou a possibilidade de herdar a patologia, mas até o momento essa hipótese está sendo descartada. Outra pergunta: por que nenhuma universidade brasileira da área de saúde se propôs a apoiar essa ideia inovadora? Por que uma Universidade americana se interessou? Seria uma meta coincidência ou seria por que ela a patenteará e ganhará dinheiro?
O estudante brasileiro Renan Ferreirinha Carneiro, de 20 anos, aluno do 2o ano de economia e ciências políticas em Harvard, é um dos organizadores do projeto “Village to Raise a Child (Vila por Trás de um Jovem), explica que pela primeira vez o evento é organizado por um grupo de alunos, ex-alunos e professores de Harvard e tem por objetivo tomar conhecimento de ideias que impactem a comunidade em que os autores vivem. Ele explica: “A vila significa bairro, comunidade, escola ou qualquer grupo social por trás desse jovem”. Ele diz que existe sempre uma vila por trás de uma ideia, de um projeto e o critério era premiar ideias que impactassem a comunidade. Eu digo, existe mais do que isso por trás de um projeto: existe uma vida por trás de qualquer projeto!