ELEIÇÕES. VOTO.NECESSIDADES.

Comanda o voto a vontade alimentada pela necessidade. Se legítima a necessidade, sem contrariedade à lei, ninguém pode ou muito menos deve contestá-la, trata-se de um direito. E o que é o direito? O interesse (leia-se necessidade) econômico e moral protegido pela lei.

O interesse de uns, respeitável, tutelado pelas regras, é manter-se estável em suas conquistas, suas necessidades satisfeitas com seu esforço, suor, estudo e trabalho. Estabilidade econômica, consumo de bens necessários ou supérfluos, frequência de seus filhos em bons colégios, acesso à saúde mesmo que de instituições privadas, já vizinho também, o sucateamento, o público está falido faz tempo, viajar ainda que restritamente, sem folgas, apertadamente, endividados como muitos no momento fazem, o que era impossível antes, porém saciando curiosidades, necessidades, interesses hígidos e, portanto, válidos.

Mas existem outros interesses, com legitimidade na ordem natural, fundamentais nos princípios das cartas políticas, MATAR A FOME é o principal, comer.

A necessidade de comer, matar a fome, é soberana e gigantesco esse direito. É dos interesses o maior. Quem recusar essa verdade desconhece o sentido da humanidade e tem humanização nula.

O voto secunda o interesse, A NECESSIDADE. Não há maior necessidade do que MATAR A FOME, COMER. "O que é a necessidade senão a própria necessidade?", pontificava o grande mestre do pensamento Khalil Gibran.

Ninguém pode culpar quem tem fome pela natureza de seu voto, primeiro por não ser culpado da má gestão do Estado e de sua indevida gerência, muito menos pela captação e dominação de sua vontade, insciente por deseducação involuntária, negada pelo Estado, quem preside suas inclinações é a fome, e a necessidade famélica não vicia o ato de manifestação da vontade.

O discernimento, esse discernimento, não alcança mais do que sua primeira necessidade; sobreviver.

Estranhamente, mas compreensivelmente, já que entendimento cerebrino de pequenas cabeças, estigmatizaram nordestinos por votarem desta ou daquela maneira, nas tais redes das quais não participo, embora intensamente convidado, para evitar, sem discriminação, o convívio com a incompreensão e a exposição plural de dados conquistados febrilmente e com muita luta pelo direito; privacidade e intimidade.

Discriminação pura este séquito exercido dos rótulos regionais, aquinhoando o sufrágio universal, voto, por qualificação de PIB.

A igualdade está em desigualar, compreenda-se. O fiel da balança incrusta-se como pedra preciosa nas minorias, nelas encontra-se a equação perfeita que faz a sinopse da humanidade desejada.

Todos são iguais perante à lei, e o direito ao voto não pressupõe ser acadêmico, rico, pobre, ignorante, comer muito bem ou razoavelmente OU TER FOME.

Lamentável essa conduta, etiologicamente é pérfida, pretensiosa, insciente, e pior, desumana.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 28/10/2014
Reeditado em 28/10/2014
Código do texto: T5014807
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