Saiu para comprar cigarros
Já fazia um bom tempo que ele andava assim, meio jururu, pensativo, ouvindo canções antigas, tendo vontades novas. Entrava dia, saía dia, entrava semana, saía semana, quem sabe até mais de ano, assim. Até que um dia, sabe-se lá o porquê, saiu pra comprar cigarros.
Logo na esquina havia uma padaria. Entrou, tomou um café, mas não pediu cigarros. Pensou em ir até a tabacaria. A pé. Não era tão longe e caminhava tentando não pensar em nada, mas pronto pra ver, ouvir e sentir tudo. Havia muita gente na rua, homens apressados, mulheres empurrando carrinhos de bebês, moleques de bicicleta, grupos de meninas indo pra escola. Muita gente bonita, sorrisos e conversas prazerosamente jogadas pro ar... Lembrou da canção que diz “ai, ai que bom, que bom, que bom que é... uma estrada ali em frente, e um caboclo andando a pé...” e assim passou em frente à tabacaria e chegou até a periferia da cidade.
Casas mais isoladas, mato, ruas de terra, traziam um ar, um cheiro e cores diferentes para o caminhante. Começou a chuviscar e a água no rosto somada com o cheiro de terra molhada fazia passar um filme na sua memória, um pequeno documentário da sua infância. Caramba, ele já havia sido feliz!
O que ele havia feito de sua vida? Para onde foram seus planos? Aonde se escondeu o menino que chupava jabuticaba no pé e quando adolesceu cantava todas as canções do rádio? Cadê o cara que tinha tantos amigos na faculdade, que gostava tanto de viajar, que acampava em festivais de rock? Quem guardou seus discos e livros? De repente, leu uma placa. Fim do perímetro urbano.
Parou. Foi ele quem parou ou foi a vida?
Lembrou muitas coisas, carnês, celulares, e-mails, caras e vozes comuns que gritavam na sua cabeça, e o que mais o atormentou... Ele não fumava. Ficou triste, sentiu-se fraco, vencido, meio jururu.
Já faz um bom tempo que ele anda assim, meio jururu, pensativo, ouvindo canções antigas, tendo vontades novas. Entra dia, sai dia, entra semana, sai semana, quem sabe até mais de ano vai continuar assim.
Quem sabe um dia ele comece a fumar e saia pra comprar cigarros.
Já fazia um bom tempo que ele andava assim, meio jururu, pensativo, ouvindo canções antigas, tendo vontades novas. Entrava dia, saía dia, entrava semana, saía semana, quem sabe até mais de ano, assim. Até que um dia, sabe-se lá o porquê, saiu pra comprar cigarros.
Logo na esquina havia uma padaria. Entrou, tomou um café, mas não pediu cigarros. Pensou em ir até a tabacaria. A pé. Não era tão longe e caminhava tentando não pensar em nada, mas pronto pra ver, ouvir e sentir tudo. Havia muita gente na rua, homens apressados, mulheres empurrando carrinhos de bebês, moleques de bicicleta, grupos de meninas indo pra escola. Muita gente bonita, sorrisos e conversas prazerosamente jogadas pro ar... Lembrou da canção que diz “ai, ai que bom, que bom, que bom que é... uma estrada ali em frente, e um caboclo andando a pé...” e assim passou em frente à tabacaria e chegou até a periferia da cidade.
Casas mais isoladas, mato, ruas de terra, traziam um ar, um cheiro e cores diferentes para o caminhante. Começou a chuviscar e a água no rosto somada com o cheiro de terra molhada fazia passar um filme na sua memória, um pequeno documentário da sua infância. Caramba, ele já havia sido feliz!
O que ele havia feito de sua vida? Para onde foram seus planos? Aonde se escondeu o menino que chupava jabuticaba no pé e quando adolesceu cantava todas as canções do rádio? Cadê o cara que tinha tantos amigos na faculdade, que gostava tanto de viajar, que acampava em festivais de rock? Quem guardou seus discos e livros? De repente, leu uma placa. Fim do perímetro urbano.
Parou. Foi ele quem parou ou foi a vida?
Lembrou muitas coisas, carnês, celulares, e-mails, caras e vozes comuns que gritavam na sua cabeça, e o que mais o atormentou... Ele não fumava. Ficou triste, sentiu-se fraco, vencido, meio jururu.
Já faz um bom tempo que ele anda assim, meio jururu, pensativo, ouvindo canções antigas, tendo vontades novas. Entra dia, sai dia, entra semana, sai semana, quem sabe até mais de ano vai continuar assim.
Quem sabe um dia ele comece a fumar e saia pra comprar cigarros.