O BRASILEIRO VENCEU A MÍDIA
"A esperança venceu o medo". Frase do Lula quando venceu pela primeira vez a eleição presidencial. Servia como um tapa para gente como a atriz global Regina Duarte, que há poucos dias do segundo turno da eleição na ocasião dizia com a cara em close no horário nobre da Globo que estava com medo pelo Brasil caso o Lula – então favorito nas pesquisas – saísse vencedor do embate. Regina Duarte, que tinha vida estável e confortável devido à forte reivindicação para trabalhos que recebia da emissora para quem prestava serviços não passava pela fome, desespero, miséria, exploração ou pela falta de oportunidades que passava a maioria das pessoas no Brasil do PSDB, por essa razão, talvez, Lula soltou o ótimo bordão.
"A esperança vai vencer o ódio". Rolava nas redes sociais como um mantra esta frase. Podia-se trocar "esperança" por "certeza", mas quem criou quis ser modesto. A concorrente à presidência para quem a frase militava, Dilma Roussef, comeu o pão que o diabo amassou na campanha pró-reeleição. Um verdadeiro complô foi formado para tirar o governo das mãos da mineira. O sistema inteiro parecia estar corrompido, inclusive o TSE.
Mas o que mais ficou marcado nessa caminhada foi o terrorismo midiático. Escândalos não comprovados envolvendo o PT ou a candidata à mostra, um homem vestiu-se de carteiro e passeou em frente a uma câmera de um celular com panfletos da Dilma na bolsa e na mão, os debates na televisão sempre favoreciam a imagem do candidato da direita, às vésperas do dia 26, hoje, a falida Revista Veja colocou seu candidato na capa da edição da semana e no miolo escrachou aos montes a candidata adversária, Luís Carlos Prates, repórter ou ex-repórter da RBS TV (Globo no RS) fez mais uma vez o número do jornalista indignado acusando de o trânsito estar matando por causa do PT, que pôs qualquer "miserável" com condições de comprar carro e sair dirigindo por aí (quer dizer, o Detran que expede CNH não tem culpa) e ainda disseram que apareceram 140.000 reais ou dólares (não dei atenção para este lixo de última hora, por isso não sei dizer seguramente) em um quarto de hotel onde estaria a petista. Ufa! A perseguição da mídia deve ter feito a Dilma se lembrar bem dos tempos em que eram os militares do Regime Militar que a perseguiam.
Mas o eleitor, para mim, acordou. Demonstrou que não é mais a mídia que controla o desejo dele. Esta sempre o fez incorrer em erros severos e ter que pagar sozinho posteriormente pelo erro. Fico muito feliz de ter acontecido isso e espero que seja cada vez mais frequente essa libertação dos ardilosos mecanismos midiáticos. A opinião tem que ser formada por experiências próprias e não de terceiros, que podem muito bem serem mentirosas.
E não acaba por aqui, não é elegeu acabou: vamos, agora que aprendemos, ficar no pé da Dilma. Vamos exigir dela o melhor governo que ela puder nos apresentar. Vamos nos unir – povo em geral – e formar verdadeiras ligas populares e através delas fazer chegar aos governantes o que queremos para nós. Não devemos ficar só na espera de que políticos cumpram o que prometeram ou o que são obrigados a cumprir. É por sermos inertes que colhemos amarguras do meio político. Devemos procurar fazer com que os governantes nos conheçam, saibam quem somos nós. Um a um. Temos que parar de atender pelos nomes "povo" e "eleitor" e passar a ser chamado de ativistas populares. Se ninguém for atrás do vereador, deputado, prefeito, governador, senador, presidente falar que ele existe e dizer para eles quais são os problemas que passa não vai conseguir ver muita mudança nos próximos quatro anos ou além deles. Vamos mudar a mentalidade e passar a ser um povo politizado. Agora posso dizer que não somos mais um povo midiatizado, mas ainda precisamos nos tornar politizados. Começa-se a ser politizado dando as costas para a televisão principalmente.
Parabéns, Dilma Roussef!