Desabafo em uma madrugada fria
Ela não aguentava mais. Parecia que a qualquer momento iria explodir. Toda sua raiva foi depositada naquele corpo pulsante: seus três dedos penetravam severamente o sexo molhado da mulher que agora rebolava neles; ela prensava aquele corpo sedutor na parede enquanto metia, metia... “Mais fundo!”, ela implorava; na verdade implorava uma violência que não estava costumada; queria ser violada ali mesmo, um sexo sem limites, uma liberdade do seu ser; a mulher abaixou-se; deu um sorrisinho de meio canto...
Um desprendimento, uma porrada, uma fodida, aquela bem gostosa que te deixa com o corpo vibrando, enquanto seus sentidos dançam por dentro, a porra do orgasmo jorrando da sua boca, o bater no rosto seguidos de sussurros e gemidos pedindo por mais; uma selvageria gostosa; essa porra toda que todos têm medo de fazer; essa pureza hipócrita; na verdade todos querem um tapa na cara, um puxar de cabelos e mordidas descontroladas.
O ser humano, tão hipócrita no seu âmago, vai dizer que é feio, impuro, sujo. Eu, escritor, não me importo com estereótipos. Importo-me em cuspir no papel. Um grande “foda-se” para os politicamente corretos.