OS VELHOS TEMPOS

Os velhos tempos

Bons àqueles velhos tempos em que as pessoas conversavam simplesmente porque gostavam de conversar.

Não havia protocolos, as pessoas iam nas nossas casas só para prosear, contar amenidades enquanto sorviam um café fresco.

Tempos de luta, bem sabemos, mas sem as ameaças graves de violência que rondam até mesmo as pequenas vilas do país.

Bons idos dos anos sessenta em que, quem tinha uma televisão preto e branco era remediado. Ainda lembro saudoso das tardes em que íamos na casa de um desses felizardos que tinha uma tevê para assistirmos aos inocentes seriados da época.

Boa época em que podia se brincar na rua até a noite chegar sem as preocupações dos dias atuais com toda modernidade nos escravizando. Telefone ?, quem tinha era rico, por isso, as comunicações eram mais eficientes pois eram efetuadas frente a frente , sem as inconveniências de cair a linha ou travar as conversações.

As tratativas entre as pessoas eram mais respeitosas, não havia contratos firmados em cartório para coisa de pouca valia como ocorre atualmente, bastava a palavra dos cidadãos, que honrosamente eram cumpridas.

Vivíamos sem muito luxo, mas aproveitávamos a vida. Naqueles tempos, ofuscados pela neblina das lembranças de muitos, tínhamos uma escola pública de respeito onde verdadeiramente se aprendia e, à luz da educação moral e cívica éramos mais nacionalistas, patriotas, sem esquecer o civismo e as preocupações com o bem estar do próximo.

Tempos de picolé vendidos na caixa de isopor, algodão doce na máquina, pipoca na praça, matinê nas tardes de domingo. Namoricos ao sair da escola, quermesse na capelinha, rifa, leilão e folguedos que os anos não trazem mais .

Bons tempos das festas juninas, das calças remendadas mas limpas e, que ninguém de nossa rua reparava.

Sombras dos arvoredos, meninos soltos ao mundo, frutas dos pomares enfeitados de sabiás, banhos nas cachoeiras porque poluição não existia.

Saudosos tempos de outrora, da rua simples descalça, da radionovela transmitida pela emissora Rádio Nacional.

Os natais de antigamente eram mais esperados, sem brinquedos sofisticados mas com as famílias reunidas ao redor das mesas, verdadeiramente um lar.

Esse pretérito que para as gerações de hoje parecem ficção realmente existiu. A meninice e a juventude daquela época eram mais saudáveis e sociáveis porque brincavam juntos, corriam, sonhavam seus sonhos pueris e usavam a criatividade no fabrico de seus próprios brinquedos.

Boas recordações dos desses tempos em que os pais educavam os filhos na casa, e que muitas mães recorriam ao velho e bom fio de ferro de passar roupa para dar um corretivo nos meninos e meninas, mas que esses aprenderam sem a necessidade do poder público botar as mãos e fichá-los como marginais como ocorre nos dias atuais.

Bons e velhos tempos. Quem viveu neles há de recordar com saudade, ainda que não existisse as facilidades dos dias de hoje, eram tempos dourados, com algumas carestias mas com uma indecifrável felicidade que pairava sobre as pessoas. Esses eram os bons e velhos tempos.

Techodelogte
Enviado por Techodelogte em 23/10/2014
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