A CULPA
Na igreja do bairro aconteceu o ataque de cupins africanos. Esse era o diagnóstico da empresa de detetização. Eles comeram todos os móveis da sacristia e começavam a atacar os bancos, nos quais os fiéis se sentavam pra acompanhar a missa. O certo era que a igreja precisaria de boa reforma, principalmente, nas estruturas de madeira e no telhado.
Num dia tranqüilo da semana, no qual uns três fiéis faziam suas promessas e oferendas, ouvira-se um barulho estrondoso, que tomou proporções estarrecedoras, tendo em vista o eco que se formara na acústica perfeita da igrejinha. Os transeuntes da avenida somente escutaram o “estoura tímpanos”, mas nada entenderam.
Naquele momento, aparece na porta da igreja uma senhora gorda, que adorava carboidratos na lanchonete paroquial, com um vestido rasgado, dizendo aos prantos:
- Quando eu agachei pra rezar, os cupins jogaram rojões na madeira e ainda rasgaram meu vestido na região das nádegas. Falava a senhora sob a versão do ataque dos cupins terroristas, quando, então, um moço (que estava sentado atrás da senhora na hora do ataque terrorista) disparou aos prantos com uma voz nasalar:
- Não foi só barulho dona Odette! Teve cheiro de gás metano com repolho depois da explosão!