Inspiração é aquela idéia repentina que soluciona um conflito, seja ele interno ou externo. Quem age inspirado, descobre soluções simples, mas eficientes.
Algo assim, como conta a história que aconteceu com Alexandre III, o grande, ao “desatar” o Nó Górdio, que ficava numa região chamada  Górdia. O nó era perfeito e acabado. Feito de couro curtido e molhado que, ao secar, adquiriu uma resistência ímpar. Ninguém o conseguia desatar.
Diante do dilema, Alexandre simplesmente desembainhou sua espada e desfechou um certeiro golpe, cortando o Nó Górdio. Desfez o nó sem desatá-lo, mas cortando-o.
Cristóvão Colombo também teve uma idéia genial, a respeito de um desafio que lançou para seus marinheiros e que ficou conhecida como “o ovo de Colombo”. Seu desafio consistia em saber se alguém conseguia colocar um ovo em pé.
Claro que ninguém conseguiu. Então ele apanhou o ovo, bateu de leve várias vezes com uma colher na sua base, até que ela ficou mole, o que lhe permitiu colocar o ovo em pé.
“Mas isso é fácil !!” 
Esta é a frase que nasce de imediato daqueles que estão assistindo o truque. Claro, depois que se sabe a resposta que soluciona o dilema, é fácil. O grande problema, no entanto, é ter a idéia genial, o insight e “ver” a solução antes dela materializada.
A inspiração jamais ocorre num estado forçado, mas quase sempre em estado de repouso, relaxamento, quando a pessoa consegue estar livre de quaisquer tensões. É como se o sujeito agisse com total displicência, sem nenhum compromisso com o resultado.
As crianças conhecem muito bem isso. Elas utilizam a inspiração a maior parte do tempo.  Claro que de uma forma intuitiva, sem a corrupção da idéias implantadas pelo condicionamento que depois virá e embotará as lembranças desta capacidade inata, de ser inspirado.
É interessante como a respiração favorece a inspiração. Uma pessoa inspirada respira longa e profundamente, sem a menor pressa. Faz isso naturalmente e – meio que sem querer – acaba por favorecer o estado necessário para a ocorrência das “idéias” geniais.
Uma coisa, porém, é indispensável para que a inspiração se instale: paz.
Não existe condição capaz se de acender a chama das boas idéias, numa mente e coração em conflito. Aquela paz da criança é necessária. A total ausência de pressa, preocupação e outras armadilhas mentais afins, é indispensável.  Não é uma falta de compromisso, exatamente. É apenas uma questão de não pensar no compromisso, causando desvio de energia e sabotando o processo.  O compromisso será visto depois.
A inspiração requer o sujeito inteiro no momento exato em que vai ocorrer. Qualquer divisão será impedimento e luz alguma será vista.
Albert Einstein costumava dizer que: “existem duas coisas importantes, a inteligência e a imaginação, entre as duas a mais importante é a imaginação”. E é através da imaginação que inspiração se revela inteira.
Pode acontecer que a inspiração surja, num momento calmo, através de um evento externo, como na “lenda” da maçã que inspirou Newton a descobrir a Lei da Gravidade.
Uma coisa porém é certa: dificilmente a verdadeira inspiração não gere gênios, verdadeiros faróis a iluminar o caminho da humanidade.
Não sabemos ao certo o nome exato do inventor da roda. Mas que estava inspirado, isso estava.  O resultado todo mundo conhece e se não é assim,  tentemos imaginar o mundo sem a roda.
O curioso, apaixonante mesmo, é notarmos que todos os bons resultados da inspiração partem e se consolidam em idéias simples.
Thomaz Alva Edison só descobriu como fazer com que a lâmpada funcionasse, quando pensou num axioma budista, segundo o qual “o que está morto não pode morrer novamente”. Isso o levou à inspiração de que os filamentos queimavam, porque estavam “vivos”. Então utilizou um composto com carbono, já queimado. Pronto!
Para simplificar o simples (santa redundância!), podemos imaginar que toda a estrutura da computação está sediada num processo binário, ou seja, tudo desmoronaria se não fosse o 1 e o 0. O sim e o não. O ligado “on” e o desligado “off”.
Carl Gustav Yung, chamou a inspiração de “insight”. Lampejos de sabedoria trazidos pelos arquétipos. Não importa o nome. Importa o resultado.
Sintetizando: perdemos muito com nossa mania de complicar as coisas. E talvez seja por isso que a humanidade esteja tão sem inspiração atualmente.
Por falar nisso, você percebeu que se não conhecesse as vinte e seis letras do alfabeto (incluídos o “k”, o “w” e o “y”), não terias tido a oportunidade de ler tantas bobagens aqui?
Simples não?
JOAQUIM SATURNINO DA SILVA
Enviado por JOAQUIM SATURNINO DA SILVA em 21/10/2014
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