PAZ. CONFORTO DA CONSCIÊNCIA. LIBERDADES.

Só se pretende a paz destinada aos homens de bem,nada mais.

Que a paz mora no conforto da consciência ninguém desconhece, mas quem tem consciência?

Todos deviam tê-la e, principalmente, o homem público voltado que estaria ou deveria estar para o interesse coletivo. Dessa forma, sob a tutela de sua consciência, cremos, se sadia fosse, não usurparia os orçamentos para seu próprio bolso, matando nas filas de hospital, retirando o direito à educação, fazendo pontes imaginárias que só ligam seus cofres ao orçamento. Pontes orçamentárias por onde não passam os destinatários das mesmas, pois para eles são feitas e não utilizadas.

Quem tem consciência se veste da limpeza na conduta e generosidade do coração. O corrupto tem esse quilate de avaliação? Não, por sustentar com toda força que os desvios da corrupção para melhor soar nos ouvidos de quem nada sabe são pequenos erros.

O virtuoso não conhece a simulação e tem ojeriza à mentira, o corrupto tem a corrupção como escola e dela faz didática, afirmando que há de ser ser blindada e “varrida para debaixo do tapete”, pois ela nada mais é que oposição política, ainda que seja ouvida em gravações e materializada nos subfaturamentos, nas festas com o dinheiro público, no deboche do enfrentamento desavergonhado do que é notório e escancarado e, pela lei, por ser público e notório, independe de outras provas. Diz o código de processo.

O benefício da calma interior, que só espera a paz a que tem direito, sem as agruras das tempestades e do tormento das crueldades exercidas, não se aproxima dos que violam os dogmas de viver na proximidade do que não presta, violando os próximos em suas necessidades básicas, oriundas do direito natural e das leis, sustentando a negativa de seus atos claramente e de forma desafiadora da verdade, cursando as estradas dos desvios com tranquilidade, visíveis mesmo para os cegos da institucionalidade que vigora, vigente.

Ninguém deve invejar bens materiais acumulados na rapina, no roubo da coisa pública, por força da subtração, da fome, da educação e da saúde dos carentes dessas necessidades. Nem ter na retina que o caminho da desonestidade é o que favorece. Isto está fazendo escola no Brasil pelo exemplo.

A aparente calma dos criminosos públicos não passa da máscara da desfaçatez que mesmo na lama da falta de vergonha, martiriza no silêncio da verdade que assalta a mente, na intimidação daqueles que são beneficiados indiretamente pela violação, filhos, netos e parentes. É o que se desenha no futuro e será inexorável. O fausto, a riqueza, mesmo prazerosa e festejada, não apaga sua origem e espera nas esquinas do futuro o momento certo de mostrar o retorno indesejado das surpresas inesperadas. Os exemplos são claros nos condenados e na rejeição pública em restaurantes e escolas de filhos. è a pena moral.

A cadeia da consciência, embora o ergástulo físico passe ao largo pela frouxidão da lei e conivência de pares e do sistema, não estende a mão para o benefício da paz, só vivenciado pelo justo.

A tranquilidade do conhecimento que se pode adquirir, pouco seja, satisfaz o pensamento, oxigena a cerebração, pavimenta a estrada que se distancia do opróbio. Disso o corrupto estará afastado sempre, punindo, inclusive sua sucessão.

Só queremos a paz destinada aos homens de bem. Distante das vontades dominantes e opiniosas do cerceamento das liberdades conquistadas que mentes doentias sempre tentam erradicar.

Ninguém que pretende crescer na maior excelência humana, o conforto do espírito, ligado à virtude, pode deixar pegadas sujas em sua jornada. E por mais que a ausência de vergonha traga publicidade à falsidade da vida vivida em conflito com o bem, a consciência traz para si e seus próximos o desconforto das sombras em que vive.

Ninguém consegue esconder de si mesmo a própria vergonha, mesmo que aparentemente não a tenha, mas proclame ter. Conheço fatos dessa natureza. Em seu tribunal interior, sua desvergonha contumaz tem chama acesa, desse tribunal não se escapa, só dos tribunais exteriores.

Sua consciência, pesada pela conduta legada, o acompanhará em sua derradeira morada, o Juízo Maior. É certeza sem volta por ter sido sempre distante do arrependimento eficaz.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 21/10/2014
Reeditado em 21/10/2014
Código do texto: T5007153
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