POLICIAIS MILITARES SUB-HUMANOS

Em 1993 eu estava no posto de Capitão e frequentava o CAO na Academia de Polícia Militar, quando numa tarde infeliz da administração rompi meu tendão de aquiles parcialmente, pronto: sem dirigir por dois meses, tive um pequeno gasto adicional com táxi e de paciência aguardando caronas torturantes, mas o que mais me irritou foi a manifestação de uma senhora no ônibus linha T4. Eu apanhava um ônibus entre a avenida Coronel Massot e Itapitocai, no bairro Cristal, ali esperava no final da linha o T4, pagava a minha passagem e sentava no banco logo atrás da porta de descida. Na altura da avenida Coronel Aparício Borges com rua Santa Clara subiu uma senhora de uns 60 anos me olhou e foi logo dizendo: que absurdo estes brigadianos bem sentados e a gente espremida feito sardinha (embora ela tenha usado o plural eu era o único brigadiano no ônibus) - ponderei que havia pago a passagem e estava com a perna imobilizada, mas não adiantou, então mandei que ela fosse para o diabo que a carregasse. Dois ou três murmuraram alguma coisa como se eu tivesse faltado com o respeito, mas a maioria dos que assistiram o episódio censuraram a manifestação dela. Por um instante pensei que teria que fazer uso das muletas, não para caminhar mas para me defender de um possível linchamento. A maioria das pessoas compreendeu e compreende que os policiais transitando fardados mesmo no horário de folga são importantes para elas, mas infelizmente há os que pensam que somos sub-humanos!

DA SÉRIE VAI PARA O DIABO QUE TE CARREGUE

ItamarCastro
Enviado por ItamarCastro em 21/10/2014
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