O BALÉ DAS ANDORINHAS

BALÉ DAS ANDORINHAS

No mês de janeiro chegamos em Apucarana, à cidade progressista do Norte do Paraná, cujo nome em tupi guarani, significa cidade dos horizontes largos.

Lá iríamos construir nosso lar. A cidade era ainda menina, chegando quase na adolescência. Tinha ainda aquele olhar ingênuo, mas se antevia uma vontade férrea de crescer, progredir.

Era o vai e vem dos pioneiros, caminhões, a poeira vermelha balançando no ar.

Asfalto quase não existia.

A energia elétrica era fornecida por motores movidos a óleo diesel e a noite era desligada, e mesmo assim amávamos nossa cidade, tranqüila, hospitaleira, onde nasceram nossos filhos: Luciano, Marcello, Christianne e Roseanne.

Apucarana hoje está bem diferente. O progresso lá também chegou.

Ruas todas asfaltadas, com seus prédios altos emoldurando a cidade e a chegada diária de milhares e milhares de visitantes: AS BELAS E ESVOAÇANTES ANDORINHAS.

É um espetáculo indescritível. Ao entardecer, às 18, 45, chegam em bandos, fazendo revoada, num verdadeiro balé, no céu de Apucarana. E em determinado instante, todas juntas, num mergulho sincronizado, ocupam as copas das árvores, em frente à Catedral, Nossa Senhora de Lourdes.

No dia seguinte, ao amanhecer elas deixam a cidade.

A partida é outro espetáculo surpreendente. Tem-se a impressão que elas são debulhadas das suas árvores, e caem para, em seguida levantar vôo.

Anualmente, elas fogem do frio do Canadá, viajando milhas e milhas e, ao aproximar-se aqui o outono, elas partem novamente fugindo do frio e se dirigindo para sua terra de origem.

Assim todos os anos Apucarana têm o privilégio de receber ecologicamente, a visita de milhares de andorinhas, e de vislumbrar seu indescritível balé.

Curitiba, 2007.

Página inserida no livro da autora: Quando florescem os Cafezais

Hanid
Enviado por Hanid em 25/05/2007
Código do texto: T500641
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