FIOS DE ARIADNE

Prof. Antônio de Oliveira

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Da mesma maneira como se diz que a arte imita a vida e a vida imita a arte, pode-se dizer que a mitologia retrata a realidade e a realidade retrata a mitologia. Tanto que Freud, lá do fundo do inconsciente, recorreu à mitologia para criar uma nomenclatura que se adaptasse à psicanálise, como o famoso complexo de Édipo. Os deuses do Olimpo e os mortais da mitologia, como Hércules, mantêm-se imortais, com força hercúlea.

Conforme a mitologia grega, no caso, Teseu, um jovem herói ateniense, solicitou ser incluído entre os sete rapazes e sete moças que deveriam ser entregues, todos os anos, a Creta, sob a forma de tributo, para saciar a fome do Minotauro, que se alimentava de carne humana. Em Creta, encontrando-se com Ariadne, a filha do rei Minos, Teseu recebeu dela um novelo que deveria desenrolar ao entrar no labirinto, onde o Minotauro vivia encerrado, para encontrar a saída. Entrou no labirinto, matou o Minotauro e, com a ajuda do fio que desenrolara, encontrou o caminho de volta.

Bem que uma primeira comparação poderia ser feita, entre o Minotauro e o governo, juntando-se a fome com a vontade de comer, à espera de um Teseu disposto a encontrar o fio condutor para uma reforma tributária e uma reforma política decentes. Mas vou me deter noutra analogia. Tanto tempo depois, os fios de Ariadne podem ser comparados aos atuais fios que fazem a gente atravessar verdadeiros labirintos para encontrar uma saída para tantos problemas. Ou, se não, em sentido figurado, a comparação fica por conta dos fios de Ariadne de hoje, ou melhor, dos sem fio de Ariadne que funcionam graças à tecnologia wireless embutida em modernos aparelhos eletrônicos por aí.

Alguém poderá dizer que não tem nada a ver. Eu, por mim, acho que tem tudo a ver. Para mim, a própria história é um fio de Ariadne. Mas resta sempre encontrar uma saída definitiva e honrosa para a humanidade. Rumo não apenas a momentos de trégua, mas à paz mundial.

Antônio Oliveira MG
Enviado por Antônio Oliveira MG em 21/10/2014
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