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; aquelas que, porventura, tiveram o desprazer de me conhecer, que se esquartejem e se unam para fazer uma tocaia contra mim. Agora, pensem bem! De que lado o sim vociferou? A confissão de um santo não convém aqui. Entendam! De tudo resta um pouco!

Não prometo nada, tampouco, cumpriria caso bradasse tal infantilidade. O amor, para mim, é como um livro (deve ter introdução, desenvolvimento e conclusão); o final é certeza, porém, a felicidade é interpretativa.

O objeto do amor é o desejo. Quando acaba a vontade, resta apenas a ânsia. As malas devem estar sempre prontas quando se assume um relacionamento, pois é de grande valia não se atrasar no primeiro encontro, nem permanecer depois da hora. O amor precisa do adeus!

Aquelas que me julgam por ser, tenham consciência que também são. Ser sócio, por longo tempo, trará prejuízos pela vida. Todo encontro é um desencontro. Toda chegada é despedida. Todo sonho é pesadelo. Todo início tem um término. The end!

Contratos, alianças, tudo contribui para o enfraquecimento do amor. O amor não precisa da prisão da eternidade para se confirmar, tampouco, assinaturas para se solidificar. O amor tem seu tempo; não cabe prolongar a união, simplesmente, para responder a um discurso erguido e romantizado. O amor também agoniza. Sejamos honestos e saibamos que nós não somos cadeados, todavia, devemos deixar entreaberta a porta para que há um entra e saia sempre.

Aquelas que tiveram a honra de me encontrar e sentir o meu calor, vanglorie-me . Sou o delírio do momento e o ostracismo da despedida. Meu dia é hoje; meu amor é agora; meu choro é de ontem. Sofro amando novamente. Meu mundo não permite sentimentos pueris.

Aquelas que tiveram o prazer de ser sentida por mim, com certeza, chegaram ao êxtase. Viver o amor de agora é mais delirante, mais inquietante que o sufoco do convívio de depois de amanhã. É no hoje que o amor goza. É no agora que está a felicidade.

Aquelas que me desejaram devem agradecer ao terrível encontro com o cerne da vida. Depois peçam desculpas para a minha solidão, pois ela é habitada e, em seguida, sonhem dormindo o que sonharam acordadas.

Aquelas que me amaram, amaram o verdadeiro amor. O amor de espelunca. O amor de boteco. O amor de rosas roubadas. O amor de saídas sorrateiras. O amor de noites a fio. O amor dos suores dos corpos.

Aquelas que me odeiam por ter me entregado, por momentos, seus sentimentos; good by. Saibam que a porta da casa está entreaberta, mas bata antes de entrar. Às vezes, há visitas e a festa já pode estar acontecendo.

...e tudo começa e recomeça e a vida vai se recopilando.

Mário Paternostro