VOCÊ JÁ ESPIOU POR UMA FRESTA?
Eu perdi as contas, sempre torci para que não houvesse um cano do lado de lá, hoje compreendo o quanto éramos vulneráveis e não queríamos saber disto. Na fresta tínhamos medo de espiar, mas do ladinho aceitávamos como se balas não varassem paredes de madeira. Durante o dia com as janelas fechadas o recinto ficava mais perigoso, mas mesmo assim arriscávamos meter o olho.
Hoje no noticiário me senti espiando numa fresta com o recinto fechado, do lado de dentro um policial fardado sentado e na sua volta no mínimo meia centena de passageiros, do diz que me diz restou um féretro, ele o policial deixou de ser, para ser um féretro.
O fenômeno criminológico - assalto a ônibus tem suas características gerais, que não casam com o acontecido visto pela fresta. Raramente cinco criminosos assaltam um ônibus, raríssimas vezes se valem do suporte de veículos para empreenderem fuga e muito menos assaltam coletivos lotados. O fato criminoso tem características de execução.
Execuções acontecem para calar, para amedrontar ou por vingança, as vezes uma miscelânea de motivos. Pela fresta me parece vingança e tentativa de amedrontar quem combate o crime, quando a bandidagem se encoraja no afrontamento de policiais é porque já reduziram os cidadão numa legião de apavorados.
Logo, logo atearam fogo em delegacias e destacamentos policiais, logo, logo chegarão aos portões das autoridades!