O PASSARINHO AZUL
Crônica de
VALDEZ JUVAL
A portinha da gaiola amanheceu aberta e o inquilino que ali morava foi embora.
Não deixou bilhete, não pagou o aluguél, não deu satisfação a ninguém.
Só poderia estar muito feliz!
Naquela casa, porém, era grande o alvoroço. Gritavam, choravam, resmungavam. Queriam descobrir quem cometera tamanha “violência”.
E o “malvado” não se denunciava.
Era de se imaginar a nova vida daquela ave ganhando a liberdade, sentindo o prazer de viver. Possivelmente já encontrara companheiros, saboreando os frutos, os insetos, as folhas que a natureza lhes dava por alimento. Estava aprendendo com eles. Aproveitava o espaço infinito que tinha a seu redor, voando, pulando, cantando.
Tudo era diferente, maravilhoso.
Era mais uma ave a inspirar os poetas.
Somente agora percebo uma gaiola na varanda. Dentro, um minúsculo passarinho de isopor, adornando a moradia.
Lembrei-me do passarinho azul que ajudei a fugir.
Crônica de
VALDEZ JUVAL
A portinha da gaiola amanheceu aberta e o inquilino que ali morava foi embora.
Não deixou bilhete, não pagou o aluguél, não deu satisfação a ninguém.
Só poderia estar muito feliz!
Naquela casa, porém, era grande o alvoroço. Gritavam, choravam, resmungavam. Queriam descobrir quem cometera tamanha “violência”.
E o “malvado” não se denunciava.
Era de se imaginar a nova vida daquela ave ganhando a liberdade, sentindo o prazer de viver. Possivelmente já encontrara companheiros, saboreando os frutos, os insetos, as folhas que a natureza lhes dava por alimento. Estava aprendendo com eles. Aproveitava o espaço infinito que tinha a seu redor, voando, pulando, cantando.
Tudo era diferente, maravilhoso.
Era mais uma ave a inspirar os poetas.
Somente agora percebo uma gaiola na varanda. Dentro, um minúsculo passarinho de isopor, adornando a moradia.
Lembrei-me do passarinho azul que ajudei a fugir.