NOITE MINHA.

NOITE MINHA.

A noite desperta. Ainda se vê o fim do crepúsculo na serra. Tudo se faz silêncio. O vento chega lentamente brincando com meu cabelo.

Nuvens escuras bordadas no céu. Ar quente, mata entristeçida e ressequida.

Na cozinha o cheiro do cuzcuz desperta o paladar, festa no curral. Sertão dos jatobazeiros, das oitiçicas fantasmagóricas. Lendas da imaginação, meu trapiá.

Em meio a conversas, no silêncio de mim mesma. Sinto saudades nessas horas no inicio da noite. Do colo macio e dos beijos carinhosos de minha avó Letice cantando canção de niná...

A saudade transparece nos olhos, no soluço entre palavras.

Noite minha, em meio a floresta esqueçida.

(Patricia Magalhães).

Patricia de Carvalho
Enviado por Patricia de Carvalho em 16/10/2014
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