NOITE MINHA.
NOITE MINHA.
A noite desperta. Ainda se vê o fim do crepúsculo na serra. Tudo se faz silêncio. O vento chega lentamente brincando com meu cabelo.
Nuvens escuras bordadas no céu. Ar quente, mata entristeçida e ressequida.
Na cozinha o cheiro do cuzcuz desperta o paladar, festa no curral. Sertão dos jatobazeiros, das oitiçicas fantasmagóricas. Lendas da imaginação, meu trapiá.
Em meio a conversas, no silêncio de mim mesma. Sinto saudades nessas horas no inicio da noite. Do colo macio e dos beijos carinhosos de minha avó Letice cantando canção de niná...
A saudade transparece nos olhos, no soluço entre palavras.
Noite minha, em meio a floresta esqueçida.
(Patricia Magalhães).