MEU PRIMEIRO DIA DE AULA - AOS MEUS PROFESSORES, MUITO OBRIGADO!
Eu estava apreensivo! Não estava simpático com a ideia de ir a escola pela primeira vez e não estava nem um pouco contente. Mas não havia escapatória! Fomos acordados bem cedo, recebi o primeiro Kit de material, se é que se podia chamar o material de kit. Um caderno no formato de caderno de desenho, pequeno, retangular, capa preta dura, sem pautas, um lápis grafite de cor preta, uma pequena borracha .
A sala do curso de ABC, ou a classe da cartilha situava-se à rua Ruy Barbosa, ficava entre a casa de Vó Lindaura e a casa de Dona Deti. Uma construção velha, poucas janelas, chão de barro, telhado baixo de telhas de olaria encardidas pelo tempo, carteiras nas quais, sentavam-se dois alunos em cada uma delas, um orifício apropriado para colocar os vidros de tinta para abastecer as canetas tinteiro, na frente um quadro negro de madeira um tanto quanto surrado pelo excesso de uso.
Havia um quintal cujo tamanho era correspondente ou equivalente ao tamanho da sala de aula. Lembro-me bem de alguns colegas de sala. Zetinho, (filho de seu Aldegundes) Jorge e Paulo Clécio(filho de Sinhô) Regina e Paulinho Filhos e Netinho Bodeiro) Laura e Rosineiva (Filhas de Rosi) e Detizinha (Filha de dona Deti), Walter, Henos, Juvenal, Doda etc.. Havia mais alguns outros colegas que iniciaram comigo mas confesso que a memória teima em não me ajudar a lembrar deles.
Edna Castro, Dona Arabel, Elza do Ramalho e Anna Maria foram as nossa primeiras professoras naquela semana.(Eram voluntárias) Depois vieram outras mais tarde, como dona Nenzinha, Joana, uma aluna interna. Zetinho foi o meu colega de carteira e a pessoa que me ensinou a apontar o lápis, já que eu sentia muitas dificuldades neste quisito. A dificuldade de escrever as letras, jesus, foi uma tortura para mim, principalmente o tal de “SI” O famoso “esse”
Tristeza maior era nas horas dos intervalos. Nós, os alunos internos não tínhamos lancheiras e nem merendas e, enquanto brincávamos de brincadeiras de rodas, também presenciávamos os alunos externos comendo os seus deliciosos lanches; E o mais doloroso era voltar para a sala de barriga vazia. À tarde era a mesma coisa no intervalo.
Aos poucos fui me acostumando com a escola e algo inédito aconteceu comigo: Em meio semestre de aulas, sem aprender a escrever direito, e já conseguia ler praticamente toda a cartilha. Na verdade, eu odiava as aulas de caligrafia, talvez seja por isso que a minha letra até hoje é uma lástima. Também adorava as rodas de leituras. Era sem dúvida o melhor da classe. Em compensação, sabatinas de tabuadas, até hoje é o meu martírio. Quer dizer que era. Hoje as calculadoras são espetaculares. Naquela época não existiam as calculadoras mas, existiam os lápis com tabuadas na pintura os quais nós só apontávamos até a conta de cinco.
Os anos se passaram, e à medida em que íamos mudando de grau no curso primário, passávamos pelo crivo de novas professoras. Primeiro ano, Dona Nenzinha e Joana; No segundo ano dona Lucília e dona Arturzita ( Nilza, outros alunos que não lembro dos nomes e eu, fizemos parte da primeira turma de alunos da professora Arturzita, que chegava a Santa Maria para escrever uma linda história na educação; Novamente dona Lucília no terceiro ano(neste terceiro ano Novais era meu colega e repetiu de ano juntamente comigo e mais outros tantos alunos. Foi um fenômeno! ; Tia Ruth no quarto ; Celidalva no curso de admissão(Foi quando chegou a Santa Maria, Sara, também para escrever a sua história na educação).
Depois vieram, dona Nair, Tutes, Adenildes, Matuzalém, Pinduca, Ananias ( O Dui), Dona Nana Atayde, Wilson Barros, Raimundo, Ítala, Maria do Carmo, Dr. Leônidas, Padre Augusto, Chiquinho, Gildésio, Antonio Soares, Dona Silvina, mais alguns olvidados nessa memória já cansada pelo correr do tempo.
O feliz dia dos professores vai para esses incansáveis educadores que praticamente não ganhavam salários tão bons, mas que dedicaram integralmente o seu tempo na tarefa difícil de educar, principalmente no interior da Bahia. E graças a eles, boa parte de seus alunos hoje ministram a educação em várias partes do Brasil, prova cabal de que os nosso mestres, lá de trás, fizeram de nós, seus multiplicadores.