FAZER OU NÃO FAZER! (o debate da BAND)

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Não há glória no que se fez; mas vergonha no que se disse que faria e não se fez!

No primeiro debate entre os candidatos ao segundo turno das eleições presidenciais no Brasil, entre Aécio Neves e Dilma Rousseff, pela BAND, foi um grande festival de meias verdades e de luta de box. Os dois candidatos saíram feridos, mas não nocauteados e o país ficou “esparadrapado” entendendo a razão da digladiação como sendo apenas uma luta do poder pelo poder: um partido que está dentro querendo continuar no poder e um outro que deseja entrar para participar da festa. Os candidatos dois sempre remetiam aos sites, respostas mais embaraçosas, demonstrando despreparo e falta de assessoria política ou de marketing eleitoral. No final, Dilma e Aécio se recusaram a analisar seus desempenhos pela corrida eleitoral, dizendo: “os eleitores, é que terão que decidir”. Diante disso, votarei no menos pior, mas está difícil escolher qual deles foi o menos pior e o advogado Antônio Carlos Paiva, com o qual trocava mensagens pelo whatsapp me mandou a seguinte avaliação: “no conjunto da obra, o debate foi pobre” ! Concordo com essa avaliação porque os eleitores mereciam muito mais.

Muitos filósofos já se pronunciaram sobre política. Sócrates que garantiu que “o homem é um animal gregário e, por isso, também político” , Arnold Toymbee (1990-1975), disse que “a maior desgraça de quem não gosta de política é ser governado por quem gosta”, ao brasileiro Millôr Fernandes que disse “acabar com a corrupção é o objetivo supremo de quem ainda não chegou ao poder” ou, ainda, “a diferença fundamental entre Direita e Esquerda é que a direita acredita cegamente em tudo que lhe ensinam e a esquerda acredita cegamente em tudo que ensina”. Dilma está disposta a acabar com a corrupção e Aécio também. Só que tanto um, como senador e a outra como presidente da República, podem fazer isso agora e não esperar pelo fim da campanha para por um fim nas “catitas”, que correm os alicerces do Brasil. Talvez, possam começar com uma reforma, apresentando projeto de Lei que proíba senadores suplentes sem votos assumindo mandatos: permitindo que candidatos mais votados assumirem seus mandatos e, principalmente, proibindo o financiamento público de campanha, com incentivos fiscais aos doadores. Já seria um bom começo!

Foi assim o debate: um festival de veneno dos dois lados! O certo mesmo é que o primeiro confronto de ideias do segundo turno foi um grande festival de meias verdades e de acusações de lado a lado. Quando se perguntava algo mais concreto, a resposta era se visitar o site tal, o site tal, como se no Brasil existisse internet de qualidade que permitisse tal atribuição ao eleitor. Enfim, foi muito pobre o debate entre os e não deu para tirar qualquer conclusão, como me garantiu o advogado e síndico do Residencial Mundi. Estou de pleno acordo: não deu para saber quem foi o menos pior. Talvez depois, nos próximos debates que ainda ocorrerão, mas terão que sair do nível do que já fizeram, um governando MG por duas vezes e com 92% de aprovação do eleitorado e a outra como presidente da República!

De tudo o que ouvi, o certo é que nenhum administrador, seja público ou privado, deve se vangloriar do que fez, nas áreas política, financeira, empresarial ou condominial porque era seu dever fazê-lo; mas, deve-se envergonhar do que poderia ter feito e deixou de fazer por negligência, incompetência, desídia ou qualquer outro motivo que possa ter ocorrido. A satisfação está no reconhecimento pelos bons trabalhos deixado para o bem de todos e entrar para a história pelo que conseguiram fazer, como ocorreu com os ex-presidentes da República, Getúlio Vargas, “o pai dos pobres” ou Juscelino Kubischeck, que realizou “cinquenta anos em cinco”, construindo e inaugurando Brasília e impulsionando a indústria automobilística. Os dois candidatos se saíram bem e mal, em momentos diferentes.

A alternância de poder é salutar, necessária à democracia e Dilma Rousseff se saiu bem no debate, em alguns momentos. Estava tranquila, serena, segura, mas sempre se esquivava de respostas mais diretas a Aécio Neves. No final, cheguei à conclusão que só existem dois governos: o que está dentro e quer se poder e o outro que está fora e quer chegar ao poder, como disse o governador do Amazonas, Paulo Pinto Nery, em matéria publicada em A NOTÍCIA (1982). Aliás, Aécio se utilizado muito de uma frase que era repetida no período da ditadura militar: “esse governo que está aí”, para se referir ao Governo do PT, que substituiu o de FHC, responsável por matar o dragão da inflação, permitindo que o Governo do PT, investisse no social e fizesse a continuidade do “Bolsa Família” e outras ações na área social, mas muita coisa está estranha nessa campanha porque o que é importante, ninguém fala: se Dilma promete de um lado, Aécio, a desqualifica e vice-versa. Mas ambos ainda são, um presidente da República e outro, senador da República e podem apresentar leis para promover as mudanças que anunciam que farão só depois de eleitos. Por que, só depois de eleitos e não agora, quando ainda podem?

Desde a redemocratização do Brasil, sempre votei para eleger o presidente da República e votarei, agora, no menos pior, porque não aguento mais acusações de parte â parte pelas redes sociais. Cansei! Assisti a todo o debate, Estava tentando escolher um candidato que estivesse preocupado com o Brasil, mas ambos estão preocupados com o poder pelo poder. Sou favorável a alternância de poder entre candidatos e partidos! A panela já encheu, o caldo já entornou e pretendo depositar meu voto no menos pior porque ambos os partidos, PT e PSDB estão atolados em escândalos: um, no da Petrobras. Outro, do “mensalinho” mineiro, onde tudo começou e se estendeu ao mensalão de Brasília, operado por Marcos Valério.

carlos da costa
Enviado por carlos da costa em 15/10/2014
Reeditado em 15/10/2014
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