http://youtu.be/IwW6G5FKgcE
http://youtu.be/p0zBQlzKsdE
Adeus, batucada
"Um abraço, um beijo, e um cuide-se é o que
falta nos dias de hoje". Victor Hugo Felipe
De certa forma, fiz aqui neste bom recanto das letras a minha batucada.
Mas chega a hora que temos que dar adeus, como dizia o belo samba cantado pela inigualável e maior artista de todos os tempos do Brasil, Carmen Miranda ( pouca gente sabe que ela foi um fenômeno maior que os Beatles). O samba, feito na década de 30 do século passado, no Rio de Janeiro, que não existe mais e que também nos deu adeus, deixando de ser a cidade maravilhosa (conheci essa cidade no seu auge, na década de 50), dizia assim: “ Adeus, adeus, meu pandeiro do samba, tamborim de bamba, já é de madrugada; Vou-me embora chorando com meu coração sorrindo, e vou deixar todo mundo valorizando a batucada; Em criança com samba eu vivia sonhando, acordava e estava tristonho chorando; joia que se perde no mar só se encontra no fundo, samba mocidade, sambando se goza nesse mundo; E do meu grande amor sempre eu me despedi sambando, mas da batucada agora me despeço chorando, e guardo no lenço esta lágrima sentida. Adeus batucada, Adeus batucada querida.” (deixo o link do samba para quem quiser ouvir)
Mas como eu ia dizendo, tenho mesmo que dizer adeus, pelo menos por este ano e terei que suspender os comentários, após três dias desta publicação, com muito sofrimento, para que eu possa me dedicar inteiramente aos compromissos familiares e profissionais, que não podem mais esperar. Deixo meu abraço com muito carinho aos amigos e amigas que souberam dar constante estímulo para que eu continuasse a escrever. Não vou citar nomes, com medo de esquecer alguém, mas quem sempre esteve por aqui sabe da minha gratidão.
Pois é, lembrei-me de Carmen Miranda porque acabei de ler a biografia dela no excelente livro de Ruy Castro. Confesso que não tinha ideia do seu grande valor. Levou o nome do Brasil às alturas, no tempo que tínhamos o complexo de “cachorro vira-lata” ( e penso que ainda temos esse complexo), como dizia com muita graça o grande Nelson Rodrigues.
Os amigos e amigas sabem que nasci em Manaus, Amazonas, mas com apenas 05 anos já estava na cidade maravilhosa, onde me criei e fiz toda a minha vida, recebendo os ares alegres e benéficos de uma cidade simplesmente encantada. Sinto-me carioca e sinto orgulho de dizer que não sendo filho do Rio, sou mais que isso: Sou pai. Sim, sou pai de duas cariocas. Sem perder o orgulho de ter nascido no Amazonas, a pedido de meu pai, terra exótica e com responsabilidade imensa perante o mundo por possuir a selva amazônica, de valor que não tem preço, sempre tive algum embaraço em falar da minha terra, a mesma dificuldade da Carmen Miranda, nascida em Portugal, mas que veio para o Rio de Janeiro aos dez meses de idade e criada na famosíssima Lapa.
E pra encerrar, calculando o meu retorno para o ano que vem, cito essa passagem do livro do Ruy Castro: “ Carmen se entristecia e se ofendia quando alguém lembrava, mesmo sem querer, que ela nascera em outro país.” O livro lembra que Gardel era francês e era considerado maior cantor argentino de todos os tempos e ninguém se achava mais portenho do que ele. Nos Estados Unidos, Al Jolson tinha nascido na Rússia, mas era considerado cantor americano, sem nenhuma dúvida.
E a nossa pequena notável (1,52), em cima de suas plataformas enormes, para ficar mais alta, dizia: “ Que diferença faz se esses putos nasceram em outro lugar?. A culpa é da mãe deles, que estava no país errado ao parir”.
Despeço-me com a metáfora da batucada, algo bem carioca, e os bons amigos e amigas podem interpretar como quiserem o significado desta batucada.
Nota: Em razão de muitos pedidos, retirei a suspensão dos comentários, embora não possa, no momento, retribuir os comentários futuros. ATÉ A VOLTA!
http://youtu.be/p0zBQlzKsdE
Adeus, batucada
"Um abraço, um beijo, e um cuide-se é o que
falta nos dias de hoje". Victor Hugo Felipe
De certa forma, fiz aqui neste bom recanto das letras a minha batucada.
Mas chega a hora que temos que dar adeus, como dizia o belo samba cantado pela inigualável e maior artista de todos os tempos do Brasil, Carmen Miranda ( pouca gente sabe que ela foi um fenômeno maior que os Beatles). O samba, feito na década de 30 do século passado, no Rio de Janeiro, que não existe mais e que também nos deu adeus, deixando de ser a cidade maravilhosa (conheci essa cidade no seu auge, na década de 50), dizia assim: “ Adeus, adeus, meu pandeiro do samba, tamborim de bamba, já é de madrugada; Vou-me embora chorando com meu coração sorrindo, e vou deixar todo mundo valorizando a batucada; Em criança com samba eu vivia sonhando, acordava e estava tristonho chorando; joia que se perde no mar só se encontra no fundo, samba mocidade, sambando se goza nesse mundo; E do meu grande amor sempre eu me despedi sambando, mas da batucada agora me despeço chorando, e guardo no lenço esta lágrima sentida. Adeus batucada, Adeus batucada querida.” (deixo o link do samba para quem quiser ouvir)
Mas como eu ia dizendo, tenho mesmo que dizer adeus, pelo menos por este ano e terei que suspender os comentários, após três dias desta publicação, com muito sofrimento, para que eu possa me dedicar inteiramente aos compromissos familiares e profissionais, que não podem mais esperar. Deixo meu abraço com muito carinho aos amigos e amigas que souberam dar constante estímulo para que eu continuasse a escrever. Não vou citar nomes, com medo de esquecer alguém, mas quem sempre esteve por aqui sabe da minha gratidão.
Pois é, lembrei-me de Carmen Miranda porque acabei de ler a biografia dela no excelente livro de Ruy Castro. Confesso que não tinha ideia do seu grande valor. Levou o nome do Brasil às alturas, no tempo que tínhamos o complexo de “cachorro vira-lata” ( e penso que ainda temos esse complexo), como dizia com muita graça o grande Nelson Rodrigues.
Os amigos e amigas sabem que nasci em Manaus, Amazonas, mas com apenas 05 anos já estava na cidade maravilhosa, onde me criei e fiz toda a minha vida, recebendo os ares alegres e benéficos de uma cidade simplesmente encantada. Sinto-me carioca e sinto orgulho de dizer que não sendo filho do Rio, sou mais que isso: Sou pai. Sim, sou pai de duas cariocas. Sem perder o orgulho de ter nascido no Amazonas, a pedido de meu pai, terra exótica e com responsabilidade imensa perante o mundo por possuir a selva amazônica, de valor que não tem preço, sempre tive algum embaraço em falar da minha terra, a mesma dificuldade da Carmen Miranda, nascida em Portugal, mas que veio para o Rio de Janeiro aos dez meses de idade e criada na famosíssima Lapa.
E pra encerrar, calculando o meu retorno para o ano que vem, cito essa passagem do livro do Ruy Castro: “ Carmen se entristecia e se ofendia quando alguém lembrava, mesmo sem querer, que ela nascera em outro país.” O livro lembra que Gardel era francês e era considerado maior cantor argentino de todos os tempos e ninguém se achava mais portenho do que ele. Nos Estados Unidos, Al Jolson tinha nascido na Rússia, mas era considerado cantor americano, sem nenhuma dúvida.
E a nossa pequena notável (1,52), em cima de suas plataformas enormes, para ficar mais alta, dizia: “ Que diferença faz se esses putos nasceram em outro lugar?. A culpa é da mãe deles, que estava no país errado ao parir”.
Despeço-me com a metáfora da batucada, algo bem carioca, e os bons amigos e amigas podem interpretar como quiserem o significado desta batucada.
Nota: Em razão de muitos pedidos, retirei a suspensão dos comentários, embora não possa, no momento, retribuir os comentários futuros. ATÉ A VOLTA!