MARINA FOI DERROTADA PELO PRECONCEITO!

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A candidata Marina Silva foi derrotada pelo preconceito político contra pessoas que tiveram origem pobre, estudam e vencem na vida, que ainda existe e persiste no Brasil! Também tive origem pobre, de pais analfabetos funcionais, mas estudei e venci na vida. As comparações entre mim e Marina Silva param ai, porque Marina foi militante, conviveu com o líder seringueiro Chico Mendes, ingressou em política, foi vereadora no Acre. Eu, ao contrário, continuo ausente de política como candidato, mas participando da vida política como eleitor.

O mesmo preconceito que o Governo tenta banir do Brasil, foi o que derrotou a candidata, de quem era simpatizante e votei na primeira eleição presidencial contra Dilma Rousseff, levando-a ao patamar político que permitiu um segundo turno nas eleições presidenciais. Embora reconheça o grande esforço do governo federal em banir o preconceito radial existente no Brasil, a candidata à presidência da República Marina Silva foi uma grande vítima de preconceito político pelo seu porte frágil, sua origem e sua ascendência de filha de seringueiros, que a candidata sustentou com orgulho. Não foi o seu programa de governo de Marina que foi derrotado nas urnas, mas o grande preconceito que foi derramado contra a candidata e seu programa pelos dois candidatos que disputarão o segundo turno. Agora, ficam correndo atrás de Marina para receber seu apoio e vencer a disputa eleitoral no segundo turno.

Enquanto a caravana política segue seu curso normalmente, o doleiro Alberto Yousseff e seu sócio Carlos Alberto Pereira da Costa, donos da empresa GDF Investimentos, presos pela Polícia Federal, na “Operação Lava a Jato”, acusaram por delação premiada, parlamentares de partidos do PT, PP e PMDB de terem recebido dinheiro de “Caixa 2” para eleições de 2010 e apontaram o falecido deputado do PP José Janene, como sendo seu mentor intelectual, imitando um Marcos Valério do mensalão. Paulo Roberto Costa admitiu ter recebido 1,5 milhões de dólares em desvios na obra da refinaria Abreu e Lima em Pernambuco e que a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, teria servido para abastecer o caixa de campanha do PT, PP e PMDB em 2010, para custear despesas de campanha. Verdade ou não, as denúncias são graves e reforçam o preconceito político com quem vem da pobreza e quer chegar ao cargo máximo da presidência. Esse mesmo veneno político foi desferido contra Lula em quatro campanhas seguidas.

Marina Silva durante a campanha, foi perdendo a popularidade, mas não a dignidade. Guerreira por natureza por convicção e ideias e coerente em princípios éticos, morais e políticos, a candidata foi desqualificada pelos dois outros candidatos que chegaram ao segundo turno. Durante os debates, a candidata Dilma Rousseff tentou desqualificar a ideia de Marina Silva de conceder autonomia ao Banco Central, depois sofreu porque lhe apresentaram como despreparada para comandar o Brasil e, por fim, ainda sofreu o preconceito por ser magra e filha de seringueiro. Esses preconceitos se tornaram evidente quando os eleitores diziam “não votarei naquela seringueira”, como se isso fosse demérito para alguém.

Seringueira ou filha de seringueiro, são quase todas as pessoas que residem na Região Norte por origem primária. Isso é motivo de orgulho e não de menosprezo. Como assistente social e formador de opiniões, não sou xiita ao ponto de defender a presidente Dilma Rousseff fervorosamente. Defensor da democracia, sou favorável ao debate de ideias e não ao linchamento público delas e muito menos ao menosprezo de origem de uma pessoa porque também eu fui vendedor de picolé, jornaleiro, vendedor de cascalho e vendedor ambulante nas pacatas ruas de Manaus do início da década de 70.

Hoje, graças ao estudo que sempre tive por meta, sou jornalista e assistente social, mas me orgulho do que fui no passado porque só se vence pelo estudo e o estudo é uma das coisas que está precarizada no Brasil de hoje, infelizmente. Não sou e nem serei contra o PT, que fez muito pelo desenvolvimento social do Brasil. Defendo-o pelas coisas boas que produziu no Brasil como o combate a miséria, à fome, a construção de habitação popular, mas o país deve andar sempre para frente e sou favorável à alternância de Poder entre os melhores e mais coerentes partidos e sou totalmente contra a reeleição, mas a favor de um mandato eleitoral um pouco mais longo.

Defendo um maior tempo de mandado para o próximo presidente, com o fim da reeleição, suplentes de senadores sem voto, políticos mais votados assumindo seus cargos como representantes legítimos do povo, fim do cociente eleitoral, criação de mecanismos que punam políticos mais rapidamente sem tantos recursos, reforma no Estatuto da Criança e do Adolescente sem ser xiita ou hipócrita ao ponto de ser totalmente contra a adequação do ECA à realidade atual da sociedade brasileira. O que está dando certo, deve continuar. O que está errado, deve ser enfrentado com determinação, coragem política e muita ousadia para fazer o novo.

Mas que Marina Silva não foi derrotada pelo seu programa de governo e, sim pelo preconceito político que ainda está introjetado no seio da sociedade política atual, ah, isso foi! Ninguém aceita uma pessoa frágil, se agigantar em suas ideias, rachar o Brasil e receber tantos coices nos debates. Quando mal ela explicava uma de suas coerentes e sensatas ideias, já vinha outra paulada no lombo. Ela foi enfraquecendo e caindo nas pesquisas. Mas não mudou suas convicções e nem desistiu do Brasil. Apenas não foi para o segundo turno!

Se será o Brasil que os eleitores desejam, só se saberá depois de um novo mandato ou a continuação do atual partido no poder! O resto será história e Deus salve o Brasil!

carlos da costa
Enviado por carlos da costa em 09/10/2014
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