A broxada e o sms.
A broxada e o SMS
Nunca havia acontecido aquilo antes, nunca, nunca nunquinha, uma broxada daquelas em que o membro morre, fica como celular de certas operadoras totalmente fora de área, o que dizer o que falar, chorou, chorou à beira da cama aquele fatídico golpe que agora punha tudo que sabia sobre si em xeque, um milhão de será que ? vieram à sua mente mas nenhuma resposta, caramba podia acontecer tudo menos aquilo, tudo menos essa humilhação essa vergonha, como iria encarar a todos a partir de agora, todos veriam em sua testa escrito em letras garrafais BROXADA, seria motivo de chacota, piadinhas maldosas e todo o tipo de " brincadeiras " de mal gosto, já até podia ouvir algumas ecoando em sua mente; quem diria heim, até tu, já são seis horas, pra baixo todo santo ajuda, esquenta não depois que inventaram o azulzinho......, Ahhhhh queria gritar de raiva por aquela maldita brox......não queria nem em pensamentos repetir aquela palavra que lhe fizera passar a noite em claro, olhando o teto tentando entender onde estavam os gritos, gemidos, suor e sensações que deveriam estar preenchendo aquela noite, onde poderia estar o problema, mil ideias passavam em sua mente enquanto caminhava à beira mar, sua cabeça parecia pesar mais que uma bigorna e doía, nunca me aconteceu isso antes, olha a frase mais clichê aí geeeente, sorriu, só achando graça mesmo pra aliviar um pouco sua raiva, de repente estacou, ali olhando o mar começou a torcer o rosto e a semi abrir a boca, será que aconteceria de novo ??? Será que se tornaria comum ??? Balançou a cabeça como se quisesse espantar aquela ideia pra bem longe, meu deus do céu não podia entender aquilo, tudo parecia perfeito, jantar, meia luz, música ambiente, lingerie linda e na hora h .....uma baita broxada, não aquilo não iria acontecer de novo, fora apenas um digamos acidente, uma experiência nova que mesmo não sendo daquelas que você morre de vontade de repetir valeria como aprendizado como todas as outras, voltou a caminhar e a tentar desanuviar a mente, observava as ondas do mar e o vendedor ambulante que carregava um enorme peso, peso mesmo é o meu amigo, pronto agora era oficial tudo lhe fazia lembrar da maldita .......Ahhhhh gritou chamando a atenção dos demais, pronto agora pelo menos leriam em sua testa loucura ao invés de ......a maldita palavra não saía de sua cabeça, e ainda tinha as imagens, o quarto, a lingerie no chão, o membro mais mole que gelatina, aquilo só podia ser um pesadelo, quem dera que fosse, mas infelizmente era real, a broxada lhe encontrou era mais um número nas estatísticas, meneou a cabeça mordendo nervosamente o lábio pois uma ideia mais terrível ainda passara por sua cabeça, e se não....., não podia nem sequer imaginar isso, mas e se não....., droga não podia se entregar àquele pensamento mas ele era forte e rebelde, escapava das masmorras onde tentava lhe encarcerar, trancou, amarrou, enterrou aquele pensamento mas não houve jeito, ele surgiu empáfido altivo e em letras garrafais em seus pensamentos: E SE NÃO FUNCIONAR NUNCA MAIS ???
Meu deus será que aquilo era uma possibilidade, nunca mais, não ...será ?? Era demais imaginar que aquela condição era permanente, não devia ser, não podia ser, estava sofrendo por antecipação, estava imaginando coisas, estava.....chorando, de joelhos olhando o mar tentando imaginar o que fazer em uma vida sem sexo, sem desejo, nada lhe vinha à mente pois sempre achara que o sexo, o desejo e a paixão eram as cores com as quais qualquer relação deveria ser pintada, agora sem cor o que lhe sobraria senão uma tela em branco, uma relação sem expressão pois sem sexo qualquer relação era um prato de arroz e todos sabemos que arroz por si só é sem graça ou você já foi convidado para um rodízio de arroz ??? Sexo era preciso, NECESSÁRIO. Chega de choro, chega de chorar por uma noite ruim, já passou, o sol já amanheceu banhando o Rio de Janeiro, e assim também seria com aquela história, outras noites de loucuras sexuais viriam e fariam aquela desgraça toda cair no esquecimento, um dia iria rir daquilo tudo, afinal de contas ninguém saberia era só manter a boca fechada, a quem estava tentando enganar sua memória saberia, saberia e lhe jogaria na cara dia após dia aquela noite fatídica, lembra daquela noite, hoje você tá aí mas naquela noite, quem te viu quem te vê, sua memória seria inquisidora e implacável, isso sem contar com a possibilidade de ser pra sempre, de nunca mais funcionar, de daquele dia em diante sexo ser algo inalcançável distante e impossível, mais choro, mais lágrimas, é isso, começou a sorrir nervosamente, é isso, essa é a solução, não viveria nem com nem sem sexo viveria na dúvida ....é podia funcionar, a dúvida era confortável só precisava não tentar mais, nunca mais e aí pronto poderia se convencer que não iria nunca mais acontecer aquilo e que tudo ainda era como antes, sim ....a dúvida era melhor, melhor do que qualquer vida sem sexo afinal sem sexo qualquer coisa seria melhor que a vida....chorou mais alguns minutos, mais uma vez tentou se enganar, que dúvida que nada, nem com a dúvida e nem com aquela situação conseguiria conviver, queria sua vida de volta, queria voltar no tempo acordar daquele pesadelo, queria se mudar pra lua ....mas nada daquilo era possível, nada podia lhe devolver os olhares que lhe chamavam de gostosa, os lábios sendo mordidos quando ela passava, nada podia lhe fazer se sentir a mulher que era antes do marido broxar,nada poderia lhe tirar o sentimento de raiva por horas e horas de pilates e ginástica que não impediram o desejo de seu marido por ela terminar, findar-se sem aviso, cabelo cortado hidratado e encaracolado jogado até os ombros, unha pintada, pele macia e bem cuidada, uma sexy lingerie com cinta-liga vermelha e mesmo assim nada, uma broxada homérica, nada que fizesse poderia lhe devolver o sentimento de eu sou linda e desejável um verdadeiro mulherão que ficara na cama junto com seu marido e aquela infeliz broxada na noite anterior NADA, de joelhos e chorosa à beira do mar em um dia belíssimo e ensolarado ela se punia com a certeza da culpa pela falta de desejo do marido, se punha a culpa pela noite desastrosa e sentia o peso da impotência sexual do marido lhe esmagar, mas a vida sempre escreve capítulos inimagináveis para nós meros mortais e nestes capítulos tudo pode mudar a qualquer momento, basta um gesto, um acidente, uma escolha, uma broxada ou um tilintar de telefone, quando ela abriu a bolsa percebeu que tinha pego o celular errado, aquele era o do seu marido que pegara por engano na pressa de dar uma volta e espairecer as ideias se é que seria possivel, era uma mensagem de uma tal de Louise Delicinha que dizia:
-Nossa tarde ontem foi maravilhosa, cinco vezes....nunca vi você ter tantos orgasmos amor, beijos da sua Lu !!!
Ela se levantou com o celular ainda na mão, enxugou as lágrimas e com um sorriso mais radiante do que o próprio sol caiu de bruços na areia se entregando à uma baita euforia, depois de cinco vezes não tem homem que aguente pensou consigo, ali de bruços percebeu um destes saradões lhe comendo com os olhos, ela sorria e enrolava os cabelos com a ponta dos dedos jogando charme avanço ....descobriu quatro coisas, a primeira que era uma baita chifruda, a segunda é que iria ser uma mulher solteira novamente afinal não nasceu pra aturar infidelidade, mas a terceira e quarta eram as mais importantes, terceiro ela continuava uma baita de uma mulata GOSTOSA com g maiúsculo e quarto o dia estava lindo e o mar, ahhh o mar estava perfeito para um mergulho !!!