O prazer a qualquer custo
Falar sobre as mulheres é sempre um perigo, nunca se sabe se elas vão gostar ou não. Mas às vezes é preciso correr riscos senão a vida fica sem graça e sem sal. Não que elas não sejam engraçadas... muito pelo contrário.
Ontem um amigo me confidenciou que havia se separado da mulher, a mãe de seus quatro filhos e que iria para uma noitada inesquecível, como nunca havia feito. Disse-me que saiu sem destino fixo e sem a intenção de encontrar essa ou aquela garota. Porém, passando pelas ruelas da cidade foi logo “avistado” por uma que disse chamar-se Merilyn. Que estava de prontidão para qualquer aventura. Com vestes minúsculas deixava transparecer alguns dos seus dotes mais preciosos.
Segundo os relatos, depois de muita conversa e negociações truncadas ela concordou com a proposta que lhe foi oferecida. Diante disso entrou no carro sem nem ao menos perguntar para onde iriam. A confiança de que nada de mal aconteceria a ela, certamente era algo cristalino. Provavelmente meu nobre amigo demonstrou “sinceridade” em suas atitudes, se bem o conheço, exibiu algumas notas de cinquenta reais sem o menor constrangimento.
Disse ele que a noite foi uma epopeia, quando tudo parecia divino, foi um horror. A escultura era falsa. O cabelo sedoso não passava de uma peruca alugada às pressas. Os peitos eram robustos e firmes, mas quando o sutiã caiu, viu-se que os bicos estavam fora do prumo. Quando isto aconteceu disse-me que se lembrou do avô, que sempre repetia “por conta de uma cara feia, se perde uma boa bunda”. Aí, relatou-me que mirou a “poupança” viu que era linda, mas quando tirou a peça que era démodé, percebeu que não era lá aquela maravilha, pois uma cicatriz o levou a imaginar que o Zorro havia passado por ali. Mas quando as esperanças estavam por um fio, lembrou que ainda restava uma alternativa que poderia salvar à noite. Assim pediu a ela que virasse de barriga para cima. Foi quando ela perguntou:
__ Gostou?
A barriga parecia zerada.
__ Fiz lipoaspiração.
__ Como?!
Perguntou incrédulo.
__ Eh, tirei os excessos e aparei as asas da borboleta!
Meu amigo disse que o passarinho dele ficou tão jururu que parecia estar com febre de muda. Depois de tanto esforço, não conseguiu sequer empinar a cabeça do trinca-ferro.