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Há algum tempo um candidato à presidência da República provocou um enorme rebuliço ao afirmar que o “órgão excretor não reproduz”. Portanto, só pode excretar, sem nenhum desvio de função. Seguindo esta mesma lógica, o órgão reprodutor só pode reproduzir, dando efetividade à ordem bíblica “crescei e multiplicai-vos”. Com papéis bem definidos, essas duas partes do corpo, apesar da vizinhança, não podem manter relações amistosas nem trocar informações. Ergue-se um muro de Berlim entre ambas. E ai de quem quiser derrubá-lo!

Mas é curioso observar que, enquanto o nobre candidato se preocupa com a segurança da porta dos fundos, algumas mulheres diversificam as funcionalidades da entrada social. No Japão, por exemplo, uma artista lançou uma campanha na internet para financiar a fabricação de uma canoa, modelada com a forma de sua vagina, através de uma impressora 3D. Chegou a arrecadar um milhão de ienes, em troca dos quais ela enviava aos doadores fotos de sua privilegiada anatomia. Para quem quiser contribuir, seu nome é Megumi Igarashi. Não sei se ainda há tempo para participar da campanha porque ela acabou presa sob a acusação de obscenidade. Eu achei injusta a prisão da moça ao imaginar, por exemplo, o noivo George Clooney e seus convidados desfilando nos canais de Veneza em gôndolas com esse formato. Seria muito inspirador...

Outro caso que me chamou a atenção foi o da colombiana que introduziu uma batata na vagina como método contraceptivo. Depois de duas semanas naquele ambiente úmido, escuro e aquecido, o tubérculo começou a germinar, criando raízes e provocando dores na barriga da hospedeira. Ainda bem, porque, antes que ela cultivasse uma horta comunitária lá dentro, o objeto estranho foi extirpado sem maiores danos.

E que dizer da mulher que tentou entrar em um presídio, na Paraíba, com um celular, dois carregadores e cinco chips dentro da genitália? Praticamente uma central telefônica. Nesse caso, a visitante utilizou seu aparelho reprodutor (ou parte dele) como meio de transporte.

Coincidência ou não, esses casos vêm a conhecimento público na mesma época em que pesquisadores italianos e britânicos anunciam que o ponto G não existe. É um mito, segundo eles. Propaganda enganosa que pode ter frustrado essas mulheres, estimulando-as, quem sabe, a praticar tais desvios de função.

Mas nem tudo está perdido. Há um retiro de idosos na Flórida (The Villages, 50 mil habitantes, idade mínima de 55 anos), onde os velhinhos ainda levam a vida (ou o que sobra dela) fazendo estripulias à moda antiga até em lugares públicos. Promovem festas que varam a madrugada, movidas a cerveja, música e sexo, como se estivessem num campus de universidade. Lá, existem dez mulheres para cada homem. Peggy é uma delas. Tem 68 anos e foi flagrada pela polícia, junto com o amante, fazendo sexo num carrinho de golfe. Como os dois conseguiram essa façanha sem deslocar a coluna eu não sei. O que sei é que fico tentado a ingressar um dia nessa comunidade. Chegando lá, eu mudaria o nome do lugar. Pasárgada soa melhor que Villages. Deve ser pra lá que Manuel Bandeira foi-se embora.

Pereirinha
Enviado por Pereirinha em 07/10/2014
Reeditado em 25/10/2017
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