INSTITUTOS DE PESQUISA E CERTEZA ABSOLUTA

Utilizo como ilustração o trabalho dos diversos institutos de pesquisa de alcançar um prognóstico bem próximo da realidade das urnas. Fiquemos, no âmbito da pesquisa para Presidência da República, divulgada na véspera da eleição, dia 04/10/2014. O IBOPE deu 46% para Dilma (PT e coligados) e 27% para Aécio (PSDB e coligados). O DATAFOLHA deu 44% para Dilma e 26% para Aécio. Lembrando sempre que a tradicional margem de erro é de 2% para mais ou para menos.

Pois bem: A apuração indicou 42% para Dilma e 34% para Aécio. Ibope errou em relação à Dilma. Ela ficou 4% aquém do previsto, ou seja, uma diferença 100% maior do que a margem de erro prevista. Em relação a Aécio, então, o erro foi de 7% o que significa 250% maior do que a margem de erro admitida. O DATAFOLHA em relação à Dilma praticamente acertou. Ficou 2% abaixo do previsto; em relação a Aécio, no entanto, a diferença foi de 8%, quatro vezes mais do que a margem de erro admitida.

Conclusão: Ficou patente o erro dos institutos de pesquisa em relação ao segundo colocado, mesmo que se admita que ambos previram a tendência de crescimento da candidatura tucana. A margem de erro é justamente por causa dessas oscilações que podem aparecer. Só que, por mais que tentem justificar, sabemos que sempre haverá margem a prognóstico equivocado. A ciência humana por mais aprimorada e avançada jamais alcançará a perfeição no que concerne a apurar a tendência que envolve a decisão, pensamento e desejo humanos. Há um consenso de que o maior mistério existente no mundo é o próprio homem. Esse ser criado à imagem e semelhança de Deus, realmente é um mistério que só se revela se quiser. Mesmo querendo, muitas vezes, ele não consegue se revelar, pois encontra em seu interior um profundo mistério, desconhecido e impenetrável. Não é incomum, cada um se surpreender, diante de alguma situação, com a própria atitude adotada, incompreensível ante o padrão normal de conduta. Brinca-se, em tais circunstâncias, afirmando que Freud explica.

Em relação ao resultado das urnas, cada qual encontra a explicação que mais lhe satisfaz, cada um enxergando lógica e motivação como justificativas, esquecendo-se de que por mais que tentemos, jamais alcançaremos o que se passa no íntimo da alma coletiva. E não se diga que a culpa seja dos eleitores. Esses não têm culpa alguma, certamente cabe uma reavaliação dos parâmetros estabelecidos pela ciência adotada pelos diversos institutos que se especializaram em sondagens de opinião pública.

Por mais que sejamos tentados a elaborar teses após ouvir fielmente o povo, os nossos ouvidos e inteligência são influenciados pelos desejos, preconceitos e torcida. O resultado futuro das urnas, mistério insondável. Só Deus possui o atributo da onisciência.

IRINEU UEBARA
Enviado por IRINEU UEBARA em 07/10/2014
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