AMAR ALGUÉM É DIFERENTE DE ESTAR AMANDO

Há pensamentos que eu, conscientemente, jamais gostaria de expressar em palavras... mas nesse momento, mais do que a necessidade de libertar esse sentimento que está impregnado dentro da minha alma, é como uma catarse libertadora e, espero com toda a sinceridade, definitiva.

Amar alguém é diferente de estar amando alguém... estar é um verbo indireto, que traduz uma situação imediata... e amar... amar simplesmente é um sentimento... a transitoriedade do estar amando representa a possibilidade real da finitude... enquanto amar é um estado de permanência, inconstante devido a natureza humana.

Amar transcende o bom senso comum... faz com que ignoramos sinais claros e evidentes... o estar amando - que eu posso equiparar a alegoria da paixão, também... mas esta última consome os nossos pensamentos como combustível, que alimenta a chama com tal intensidade que, de repente, não resta mais nada do que lembranças em forma de cinzas.

Já amar... é mesmo inconscientemente sentir a necessidade de se despedir... se magoar por pequenos defeitos que jamais queríamos que uma pessoa que amamos cometesse. É se importar, mesmo quando a maioria das pessoas falam que o relacionamento é nocivo.

Nocivo por despertar o lado obscuro da psique, fazendo o que deveria ser a melhor experiência do mundo uma eterna e inesgotável fonte de contrariedades. Não escolhemos que amamos, acontece... como me falaram, podemos apenas escolher com quem nos relacionamos.

Não é fácil esquecer para alguém que lembra, de forma sistemática e doentia de pequenos detalhes... ao ponto de ser necessário busca ajuda. Perceber que a pessoa que amamos, ao invés de nos ajudar, é nociva... transtorna. E a recíproca também é verdadeira.

Eu tenho como característica me importar mais com os outro do que comigo mesmo. Tentei ajudar, mas ouvi um "não"... vou resignar e seguir o meu caminho. Antes eu comentava que era inacreditável como os nossos caminhos nunca tinham se cruzado antes... cheguei a conclusão que essa intersecção, esse trajeto paralelo, foi real... mas não tenho mais nada o que fazer.

Desisti... já desisti de coisas mais importantes... meu sentimento é idêntico. Não tenho expectativas de mais nada, apenas me conforto em saber que existem pessoas que se importam muito comigo, e eu as amo.

Hoje eu não tenho mais medo de nada... não me arrependo de nada... espero apenas seguir em paz.

SEBASTIÃO SEIJI
Enviado por SEBASTIÃO SEIJI em 06/10/2014
Reeditado em 06/10/2014
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