Nada em Especial

Minhas mãos discorrem por sobre o teclado do computador.

Ágeis, vão pulando aqui e ali entre os botões, guiados pela emoção e sentimentos que jorram da nascente que está bem aqui, do lado esquerdo do meu peito, descendo como se fosse lava de um vulcão que entra em atividade, desce por entre os pêlos de meus braços, corre rente às veias, ultrapassa meus pulsos, as palmas de minhas mãos e deságüam no amontoado de teclas. Meus olhos, janelas de minh´alma vão percorrendo o escrito diante da tela fria do computador, testemunha silenciosa de minhas poesias, impregnada de sentimentos que povoam minha mente e coração. Acho interessante como tanta coisa pode ser dita e ficar subentendida nas linhas de uma poesia, como o limite para a beleza de uma composição não está no número de caracteres utilizados, nem na quantidade de palavras rebuscadas, mas na profundidade de sentimentos...Leve sorriso percorre meus lábios a alongá-los em direção de meus ouvidos. Adentro a madrugada de quinta-feira silenciosamente, em uma harmonia pacífica. O vento frio de Outono sopra na janela de meu quarto, e assim, sereno, me vejo às voltas com o pensamento para a beleza das palavras....Nada em especial....(nada mesmo ?)