A hora da mudança
Ninguém contou a ele que encruzilhadas são sombras da cruz, mas ele sentava-se nas encruzilhadas e mostrava rumos; não se sabia se em tarefa lúdica, ou em ação insana. A alguns mostrava a esquerda, a outros mostrava a direita, e quem deveria seguir em linha reta, como se não o ouvisse, ou se não o notasse, não dobrava esquinas
Guarda de trânsito da vida, podia ser anjo da guarda de quem deve mudar, de quem deve voltar, de quem não pode ficar.
Sinalizava mudanças, não mostrava a felicidade, não garantia fortunas ou amores; antes da cruz não havia escolhas, a cruz é a marca da opção.
Se o fim se anunciava, avivava-se o lume, enxergava-se a pedra barreira, e que se queira a nova trilha
Não entorpecia o livre arbítrio, nem coibia escolhas, apresentava-se um cartógrafo para naus à deriva, para que caminhe em passos reais, sem mostrar onde fica o X, depois do arco-íris.
Não busque o anjo quem não quer mudanças, perca-se e culpe a má sorte; ele está à sombra do crucifixo, ainda que não o saiba, e conta que o perdão nasceu ali.
Altere, transforme, ele, sentado à sombra da cruz é o fiel da balança, para você aferir sua carga, seus desvarios e liberte-se da sobrecarga.
Talvez anjos não saibam que se encontram à sombra da cruz, mas é o sinalizador de suas opções...escolha