A hora da mudança

Ninguém contou a ele que encruzilhadas são sombras da cruz, mas ele sentava-se nas encruzilhadas e mostrava rumos; não se sabia se em tarefa lúdica, ou em ação insana. A alguns mostrava a esquerda, a outros mostrava a direita, e quem deveria seguir em linha reta, como se não o ouvisse, ou se não o notasse, não dobrava esquinas

Guarda de trânsito da vida, podia ser anjo da guarda de quem deve mudar, de quem deve voltar, de quem não pode ficar.

Sinalizava mudanças, não mostrava a felicidade, não garantia fortunas ou amores; antes da cruz não havia escolhas, a cruz é a marca da opção.

Se o fim se anunciava, avivava-se o lume, enxergava-se a pedra barreira, e que se queira a nova trilha

Não entorpecia o livre arbítrio, nem coibia escolhas, apresentava-se um cartógrafo para naus à deriva, para que caminhe em passos reais, sem mostrar onde fica o X, depois do arco-íris.

Não busque o anjo quem não quer mudanças, perca-se e culpe a má sorte; ele está à sombra do crucifixo, ainda que não o saiba, e conta que o perdão nasceu ali.

Altere, transforme, ele, sentado à sombra da cruz é o fiel da balança, para você aferir sua carga, seus desvarios e liberte-se da sobrecarga.

Talvez anjos não saibam que se encontram à sombra da cruz, mas é o sinalizador de suas opções...escolha

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 06/10/2014
Reeditado em 06/10/2014
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