Que tipo de eleitor sou?
“Como pássaro a vaguear, como a andorinha a voar, assim a maldição sem causa não virá. O açoite é para o cavalo, o freio é para o jumento, a vara para as costas dos tolos.” Prov 26; 2 e 3
A lei de causa e efeito na Bíblia. Sobre a maldição o pensador evoca uma causa que a move; no argumento sequente alerta que a tolice é causa de dores, ( vara ) aos seus hospedeiros. Se há um momento em que devemos pesar causas e consequências é esse.
Embora não pareça, pequenos votos são sementes minúsculas que formarão plantas imensas.
Num primeiro momento me ocorrem quatro tipos de eleitores. O interesseiro, o torcedor, o religioso e o consciente.
O religioso é aquele que adota uma bandeira como se fosse um credo; uma demonstração de fé. Todos os erros que surgirem no partido do coração são por culpa da oposição, más companhias, deslizes eventuais. Todavia, seu clã, religião, segue sendo justo, verdadeiro, fiel, aconteça o que acontecer. O fanático sai às ruas com a bandeira suja de bosta acenando orgulhoso o símbolo de sua estupidez. Qualquer que seja o candidato da vez, com os predicados que tiver, sendo do seu partido é o melhor e ponto.
O torcedor comporta-se como um de clubes de futebol. Ele quer é “ganhar”, então, vota em quem estiver na frente nas pesquisas. Pouco importa a esse incauto se a dianteira for eventualmente de um corrupto, ladrão de marca maior; vota mesmo assim; ganhando seu escolhido sente-se vencedor, capaz de provocar aos perdedores que “não souberam escolher”. Esse tipo de imbecil é muito comum, infelizmente.
Gente que põe o voto na urna como papel no lixo não tem direito algum de reclamar quando as consequências vierem; por desastrosas que sejam.
O interesseiro é o tipo mais comum. Como o adjetivo sugere, vota por interesse próprio, nunca, do país. Troca seu voto por um benefício qualquer, seja alimentação, material de construção, roupa, dinheiro, ou, ainda, se uma faceta qualquer do atuar de seu candidato o favoreça em seu âmbito de atuação, não importa ao interesseiro que o resto do país se dane. “para mim está bom” dirá. Conheço muitos assim.
Acontece que, gostando ou não, esse é o culpado pelos grandes escândalos de corrupção que, eventualmente vêm à luz. Sim, ao vender seu voto faz duas coisas extremamente graves. Primeira: Corrompe-se ao atribuir valor monetário vil ao que deveria ter valor moral e cívico, inegociáveis. Segundo: Promove aos píncaros do poder outros corruptos como ele, que, se nas coisas pequenas, como um voto em particular já são desonestos, muito mais o serão nas grandes coisas que, estarão envolvidos durante o mandato.
Assim, nossas sementinhas viram árvores espinhosas, pois, nós as destinamos para que sejam isso. Na verdade, os que votam de tal modo são devidamente representados pelos grandes corruptos; não lhes resta o direito, sequer, à indignação quando a roubalheira vem à luz.
Por fim, temos o tipo mais raro, tanto em valor, quanto, incidência; o eleitor consciente. A palavra consciência é aglutinação de duas; com, e ciência. Isso quer dizer, com conhecimento do que faz, por que faz, e as consequências esperadas.
Sua escolha baseia-se em valores universais, o bem do país, não, conveniências próprias ou, interesses imediatos. Já escrevi outras vezes que não assisto propaganda política nem mesmo me impressiono com quem sai melhor em debates, pois, essas coisas pouco ou nada valem para quem vota com consciência.
A propaganda lida muito com mentira, maledicências, utopias vertidas das veias de marqueteiros profissionais, não da essência do candidato que fala. Se, pretendo votar com consciência, devo, por suposto, ter ciência do histórico de vida pública daqueles que escolherei. Isso me basta, e vale mais que propaganda.
Não é o que dizem que farão, antes, o que fizeram que os credencia, ante minha consciência.
Alguns safados espalharam onde vivo, para pessoas ignorantes, que se a Presidente não for reeleita acabarão o “Bolsa Família” e até aposentadorias; imaginem o impacto disso em mentes ignorantes!
Se outra razão não tivesse para votar contra a esses canalhas, essa bastaria. Quem pretende assumir o poder via terrorismo psicológico e mentira não serve nem para varrer minha casa, muito menos, para me representar.
Eu não preciso de uma “Lei da ficha suja” para me proteger de eleger gente safada. Tenho já minha lei própria ao me informar devidamente sobre os passos de pessoas públicas e observar seu agir, antes que dançar sua música.
Faz mais de uma década que somos governados por gente pior que nós; tanto em competência quanto caráter. Sei que Deus não é brasileiro como dizem, mas, espero que se apiede um pouco do Brasil.