Pequenas histórias 56
O sol descruza
O sol descruza os braços por entre os galhos da árvore balançando os rostos de bolas frágeis que, ao pequeno contato, se quebram espalhando preocupações e angústias pelo chão do medo e do terror. Fogos sanguinolentos marcaram de brilho o céu escuro onde o cuidado de não ser assassinado foi apregoado aos quatro cantos da cidade perdida em falsa felicidade.
Sorri o felizardo sem as meras preocupações carregando nos ombros a vulnerável burguesia a qual pertence feliz por viver incólume o ano todo
O que era presente rapidamente é passado. Caminhamos no passado, não um passado longínquo, num passado recente, onde a todo instante bate a nossa porta pedindo licença para entrar. Sem ser percebido, se instala no melhor lugar do sofá e só será percebido, quando a luz dos olhos se torna opacas.
Só serei forte, quando não me preocupar mais com o tempo.
Quebrei todos os espelhos...
pastorelli