É o dia da eleição.
Acordo sonolento, no banheiro tiro a água do joelho, começo a escovar os dentes... De repente ouço aquela voz tão dengosa indagar:
_ Querido, está na hora. Vem me ajudar a levantar com um beijo!
Confesso que enlouqueci gostoso ouvindo isso.
Entro no quarto, ela volta a cochilar numa posição sensual.
Eu penso olhando aquele corpo deslumbrante:
“Sair daqui agora para votar! Por que eu preciso votar? Por que o voto é obrigatório? Que democracia é essa?”
“Sabe de uma coisa! Eu vou ficar aqui e colocar aquela canção do Rei a qual diz Pensando bem, amanhã eu não vou trabalhar.”
“Substituindo trabalhar por votar, a música fica perfeita.”
“Se eu tenho uma princesa ao lado, a vontade de bingolar está forte, a gata é muito saudável, eu estou vendendo disposição, por que deixar de aproveitar a ocasião para ir votar?”
Eu toco minha flor, mas ela reage:
_ Sossega, fofo! A gente precisa mudar o país!
A frase dela, repleta de encanto e verdade, soou forte demais, mexeu com o meu patriotismo, surgiu uma enorme vergonha.
Eles, ilustres candidatos, esperando a escolha popular, valentes heróis sedentos por governar e oferecer ao povo o ferro (do labor), querendo tomar conta de cada cidadão com total amor, como se fossem galinhas cuidando dos seus pintos.
Eu, egoísta e taradão, querendo bingolar!
Como pode?
Após minha violeta terminar de se arrumar, sete horas depois, quase no fim da votação, a gente saiu animado.
Era o momento de exercer a nossa cidadania.
Na volta a gente programou jantar.
Eu, abraçando a linda moça, indo ao colégio do bairro no qual nós dois votamos, me senti um cidadão esclarecido, alguém capaz de realizar um papo cabeça.
Conforme minha gata falou:
Estávamos mudando o país!
Valeu a pena adiar a bingolada.
Ou será que não?
Um abração!
Acordo sonolento, no banheiro tiro a água do joelho, começo a escovar os dentes... De repente ouço aquela voz tão dengosa indagar:
_ Querido, está na hora. Vem me ajudar a levantar com um beijo!
Confesso que enlouqueci gostoso ouvindo isso.
Entro no quarto, ela volta a cochilar numa posição sensual.
Eu penso olhando aquele corpo deslumbrante:
“Sair daqui agora para votar! Por que eu preciso votar? Por que o voto é obrigatório? Que democracia é essa?”
“Sabe de uma coisa! Eu vou ficar aqui e colocar aquela canção do Rei a qual diz Pensando bem, amanhã eu não vou trabalhar.”
“Substituindo trabalhar por votar, a música fica perfeita.”
“Se eu tenho uma princesa ao lado, a vontade de bingolar está forte, a gata é muito saudável, eu estou vendendo disposição, por que deixar de aproveitar a ocasião para ir votar?”
Eu toco minha flor, mas ela reage:
_ Sossega, fofo! A gente precisa mudar o país!
A frase dela, repleta de encanto e verdade, soou forte demais, mexeu com o meu patriotismo, surgiu uma enorme vergonha.
Eles, ilustres candidatos, esperando a escolha popular, valentes heróis sedentos por governar e oferecer ao povo o ferro (do labor), querendo tomar conta de cada cidadão com total amor, como se fossem galinhas cuidando dos seus pintos.
Eu, egoísta e taradão, querendo bingolar!
Como pode?
Após minha violeta terminar de se arrumar, sete horas depois, quase no fim da votação, a gente saiu animado.
Era o momento de exercer a nossa cidadania.
Na volta a gente programou jantar.
Eu, abraçando a linda moça, indo ao colégio do bairro no qual nós dois votamos, me senti um cidadão esclarecido, alguém capaz de realizar um papo cabeça.
Conforme minha gata falou:
Estávamos mudando o país!
Valeu a pena adiar a bingolada.
Ou será que não?
Um abração!