ESCREVER UM ROMANCE. !!!
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Eu já escrevi sobre quase tudo, poemas, sonetos, posas, indrisos,
sobre os reflexos da vida, crônicas, haicais, história, eróticos, biografias, ficção e palavras de autoajuda. Mas falta para completar escrever um livro: uma linda estória de amor, onde eu retiraria de meu imaginário palavras adocicadas e redigiria capítulos sendo feliz o finalizar.
Teria que encontrar as palavras certas que me levassem
a desenvolver um suspense amoroso, aquele ao qual faria
o leitor prender a respiração no belo de um romancear.
Eu queria elaborar um trabalho sem estas tragédias mundanas
que não estão de acordo com meus princípios, queria escrever
sobre dois enamorados que se reencontram para colherem as flores
de uma nova existência sem precisarem passar por estas fatalidades...
Eu queria começar a escrever este livro e confesso
que não sabia por onde começar, estava meio perdido
e fui pesquisar entre os entendidos qual seria o melhor tema
para este meu primeiro livro romanesco e vejam o que disseram, inclusive me aconselharam: que não fosse tolo, este é o tema
preferido, o caminho certo para o que está pretendendo.
- Pessoas adoram histórias dramáticas e longas, principalmente
as que envolvem raivosos amores e que no decorrer das linhas se transformam em sofrimentos, doídas traições,adultério, vinganças
cruéis e que de preferência acabem em morte.
A princípio não aceitei, não era possível,
por mais que gostem, não vou escrever aprofundado em ódios.
Mas depois passei a me questionar,
porque não, isto deve ser uma verdade porque em novelas
que vejo falar, todas elas trazem um nome pomposo e que
de prima representa doçura, mas o desenlace é de amargar,
ensinando como de fato certas barbáries praticar.
Pensei também, um país com duzentos milhões de habitantes
e que no mínimo cem milhões destes, não perdem um capitulo,
se dizem civilizados, mas se extasiam e vibram com estas desgraças.
É, eu devo estar errado, se é isto que gostam é sobre isto que vou escrever. Além do mais eu tenho minhas próprias experiência
porque muitas vezes já convivi com infelizes momentos de traições, tanto de amores como de amigos por mim considerados, claro que
não deixei chegarem aos finalmentes quando pressentia que estava sendo usado maldosamente, que estava sendo alvo de alguma traição,
imediatamente pulava fora e muitas vezes os que em trair pensavam,
de mim não recebiam um simples aceno.
É verdade também que de algumas
não escapei, e por estas pesaroso eu chorei.
Mas eu estava relutante, mesmo sabendo que escrever
uma longa estória onde relataria enfeitadamente muitas
tragédias e que por certo me levaria a cair nas boas graças
dos leitores, eu não me conformava, algo me dizia que não estava certo, eu não poderia no escrever me igualar aos patéticos e o pior,
motivar aqueles que apreciam dramas mal sucedidas que para seu
deleite sempre acabam nas mais horrendas tragédias.
Eu me considero pelo Pai criador um privilegiado
e que por isto mesmo diariamente recaem sobre mim as bênçãos
divinais dos anjos enviados por Ele. E algo em meu íntimo me dizia
que não estava certo, eu precisava escolher outro tema mesmo que
isto me deixasse mais algum tempo no ostracismo, e para dizer a verdade eu não entendo como uma pessoa pode gostar de ler do começo ao fim, um escritor que se propõem a redigir uma obra literária, mas que narra da vida somente o negativo encontrando milhares de leitores que nestas atrocidades sentem o maior prazer.
Se bem que reconheço as pessoas adoram sim
ler sobre tragédias, principalmente aquelas que
por um motivo ou por outro atingem nossos irmão.
Ao sentar-me para escrever comecei nisto a pensar,
refleti prudentemente e neste repensar desisti, nunca gostei
de escrever sobre desgraças e os entendidos, também estes
leitores que as adoram, que fossem se catar, que fossem escolher outros autores deixando o livro que eu escreveria para quem fosse realmente apreciador de uma boa leitura. Além do mais, existem
cem milhões a gostar destas drogas por certo outros cem milhões
de ledores apreciam e gostam daqueles que escrevem transmitindo
em suas obras um feliz desenlace, que escrevem com o pensamento voltado para o positivo demonstrando paz de espírito e que eles
ao decorrer da leitura intimamente se elevem repartindo com os personagens os doces momentos de felicidades.
Permaneço quieto e pensativo, olhando as folhas
que tenho a minha frente,a caneta baila entre meus dedos,
que parecendo nervosos me pedem uma decisão e que não
demore a me resolver, as folhas parecem que se aproximam
querendo na caneta se esfregar, a mão treme e a mente começa
a fervilhar, pensamentos se desencontram e nada para começar eu consigo imaginar, o silêncio a minha volta parece querer comigo falar
- porque estás assim porque não consegue
nestas folhas rabiscar, lembre que a poucos dias
convivestes com outro silenciar, tens em si o pulsar da própria história,
é só um pouquinho fantasiar e encerrá-la com o final que desejar,
o que nem seria fantasia, pois era de fato o final desejado!
Eu sou um entusiasmado, de imediato recomponho o meu pensar, equilíbrio e sensatez estão novamente a me auxiliar, claro, como não
pensei nisto, vou contar a nossa história, existiram tantos momentos felizes que por certo todos que a lerem irão gostar, voarão para me parabenizar! Mas ao começar houve um probleminha, não soube
como ou em que me inspirar, por onde começar!
O modo que pretendia encerrar eu sabia, mas as volteadas
os dias felizes que se fizeram passado eu não poderia, mesmo fantasiando, encontrar um jeito de explicar. Novamente o silêncio,
fico aparvalhado, olhos se perdem buscando uma direção.
Não, nada disso, reproduzir em palavras a nossa história eu não
vou conseguir, por mais que esta caneta formigue em minha mão,
o que dizer se nem sei se chegamos a formalizar uma história!
É melhor me sossegar, ficar quietinho em meu canto e parar
com esta bobagem de um romance querer escrever!
Justamente neste momento sinto interferir calmamente a minha estimada voz secreta. - volte para seus poemas você não está ainda preparado para romances desenvolver não precisa ter pressa, tudo acontecerá naturalmente no tempo certo, não escreves por dinheiro
e nem precisas se preocupar com os entendidos, porque de seus escritos eles se farão críticos e não é a eles que precisas agradar!
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Elio MoReira -_ Torres -_ RS