DEPOIS DO DEBATE NA GLOBO, EM QUEM NÃO VOTARIA
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Ninguém pode se vangloriar do que fez no poder porque é uma obrigação de todo governante executar e, além do mais, ninguém fez nada sozinho sem que o povo necessite ou exija!
Mas admito que Luciana Genro foi muito corajosa ao cobrar a definição de uma lei para taxar as grandes fortunas e citou especialmente a Família Marinho como uma das mais ricas do Brasil. Essa taxação poderia aliviar aposentados, pensionistas e a classe mais carente de pagar elevados tributos na fonte. Há tempos se defende a tributação às grandes fortunas, o lucro dos bancos, o enriquecimento ilícito, mas entra governo e sai governo e ninguém lembra disso quando assume o poder.
Contudo, o debate da Globo não serviu para definir um voto consciente e responsável aos ainda indecisos, sempre pensando no Brasil como um todo e não em suas vaidades pessoais e em projeto de poder, com o aparelhamento do Estado. O menos preparado, Eduardo Jorge, foi o mais tranquilo e com propostas mais concretas. Como não serviu para definir um voto consciente, serviu para saber em quem não votaria: Luciana Genro ou Levy Fidélix, mas admiro que o debate da Globo serviu pelo menos para desmascarar candidatos e reafirmar as mesmices orientações de assessores de campanha que insistem em requentar água ainda quente: os escândalos na Petrobras, Correios e o mensalinho tucano em MG, transplantado com cérebro e tudo para o mensalão de Marcos Valério, do Governo Federal.
No mais, só o radicalismo de sempre e acusações descabidas, o que nada interessa aos destinos da economia, da política e das mudanças que o Brasil necessita. Dos demais, ouvi respostas desconexas e perguntas a queima roupa, acusações e desequilíbrios incompatíveis com o comportamento de um dirigente de uma nação. Dos candidatos considerados menos “preparados”, surgiram as maiores surpresas: Eduardo Jorge, Luciana Genro, Marina Silva e a já presidente Dilma Rousseff, que tenta um segundo mandato. De Dilma, se ouviu repetidas afirmações que não teria nomeado nenhum “engavetador geral da União”, referindo-se ao governo de FHC,- que estava na plateia - mas se ouviu contra ela que ela nomeara nomeado um “Ministro Engavetador” e ainda teve desmentida por Aécio Neves a informação da demissão do ex-diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, não seria verdadeira porque ele teria sido convidado a fazer uma carta pedindo demissão. Com a Ata de Afastamento nas mãos, o candidato adversário disse que o ex-diretor ainda teria teria recebido elogios da cúpula da empresa, em sua melancólica saída. Enfim, não foi um bom debate, com erros do apresentador, que não chegou a interferir nos rumos das contentas e nem dos jobes de esquerda e de direita que estavam ocorrendo de lado a lado.
Ficaram de fora respostas e sobraram repetições do que “farei isso, farei aquilo”, mas sem dizer como. Isso é normal. De um lado, a independência do Banco Central, defendida pela candidata Marina Silva, foi atacada pela candidata Dilma Rousseff que disse que independência só se dá para poderes e não para banco. No máximo, se daria autonomia para gerir a economia do Brasil. De fato, Dilma Rousseff tem razão ao fazer essa separação entre independência e autonomia e Marina ouviu calada!
Seja quem for o candidato que dispute o segundo turno, o grande problema do Brasil está no fato de se “planejar a longo prazo”, iniciar e não terminar projetos e deixando uma parte como promessa de nova campanha de mais anos. Sou favorável ao fim da reeleição e cinco anos de mandato sem reeleição. De forma objetiva, os programas Pronatec, Jovem Aprendiz, Ciência sem Fronteiras e outros, usados como promessas de campanha da candidata Dilma Rousseff, não deveriam nem existir se o Governo FHC não tivesse extinguido os cursos profissionalizantes a que todos eram obrigados a fazer no antigo segundo grau que formando jovens ao mercado de trabalho nos últimos dois anos de estudo. Admito que socialmente o Pronatec está sendo útil à entrada de jovens no mercado de trabalho, como também o programa “Minha Casa, Minha Vida”, está resolvendo em parte o problema da falta de moradia.
A defesa intransigente de volta dos cinco anos sem reeleição, deve ser perseguida no segundo turno. Assim, o Governo Federal deveria planejar, executar menos, mas, pelo menos, o Brasil não pararia por quase dois anos porque tudo que se faz próximo às eleições é considerado eleitoreiro e o país para e começam a surgir denúncias que deveriam ser feito antes e não só próximo à campanha.
Enfim, o debate na Rede Globo não serviu para o seu propósito que era esclarecer aos eleitores para votar no domingo, dia 5 de outubro. Por isso. Votarei, no menos pior no debate da Globo porque nenhum dos debatedores se saiu bem no programa que era para esclarecer. Já tenho meu voto definido, mas complicou mais ainda quem ainda está em dúvida – e são muitos!