Tem alguma coisa pra mim?
A mocinha espera ansiosamente pelo carteiro. O arqueólogo busca incansavelmente pelas ruínas de uma antiquíssima civilização tida como fantasiosa. O aluno aguarda pela média bimestral. O leitor não vê a hora do próximo volume de uma saga ser lançado, contendo a continuação de uma história sem fim. O cão abandonado, quiçá, aguarda, fielmente, pelo seu fiel doador de comida. Na calçada a vida passa. O vento trouxe alguma coisa. O tempo se perdeu no tempo. Um chapéu velho, datado mais ou menos de vinte e sete anos atrás, é encontrado em cima de uma cadeira naquele lugar escuro, frio e seco, descrito por Sérgio Cícero Gelassen em seu "Tamíris", história favorita ao próprio autor. O cronista busca pistas para encontrar uma resposta à pergunta que nomeia esta crônica. O que tem para hoje?
Convém que pensemos nisso. A resposta só o tempo dirá. E se... e se o que tiver para hoje for a mesma coisa que tinha para o mesmo hoje de trinta, quarenta, cinquenta anos atrás?