O FIM DO MUNDO
Crônica de VALDEZ JUVAL
Manhã escura. Céu pesado, chumbo grosso.
Nuvens ameaçadoras. Cor de tristeza.
Mau presságio se conspira.
O funesto está para acontecer.
E vem tenebroso, violento, viril.
Destruindo tudo.
E tudo parece perdido.
Irremediavelmente.
O abandono dos seres jogados em lama,
de correntezas ou labaredas,
que ardem ou se afundam
nas profundezas do inexorável.
E se a peste ainda não está por aqui,
o desmoronamento, as enchentes,
derrubam adiante.
Não há dilúvio,
não há Sodoma e Gomorra,
mas tudo é igual querendo ser diferente.
Será que ainda é tempo de salvarmos o mundo?
Só que desta vez não nos avisaram
para construirmos uma arca
nem recebemos o aviso para
não olharmos para trás.
Maneira estranha de se desejar melhores dias
e nada mais de tão ruim que continue acontecendo.
Já estou descrente e sem esperança.
Não por mim, Senhor, mas pelos nossos sucessores
para que não vivam em mundos tão amaldiçoados.
Perdão para todos Senhor! Conforta este povo
com Paz, Saúde, Amor e Esperança.
Escuta minhas súplicas.
Mas se não for esta a tua vontade, perdoe-me, Senhor,
porque não sei mais o que faço.