Ressonâncias

Das glórias? As rimas perfeitas. Resplandecentes instantes. Ávidos a insensatez das coisas. Me convenço desses paradigmas derivados do quase nada. Do parto? Partes prontas. Preambulo das coisas partidas. Promessas, pertences dos risos fartos, permissíveis. Feito borboletas em tardes de primavera. Nessa proporção posso falar de amores. Prescrever em silêncio notas arabescas e solta-las ao vento de meia estação... sem medo ou culpa.

E nessas inquietudes, os resumos são cópias fieis de tudo aquilo que não queremos ser. Certas vontades invadem as pautas, derrubam as portas. Se aconchegam no calor de nossa pele sem nenhuma consulta se fazem mobília eterna.

Coube ao silêncio confessar que tudo não passou de um sonho. Que o contemplar seja mais puro que todo ar que respiro.

Existem pessoas, coisas, causas, formas. Amo as pessoas, as coisas que dizem. As causas que provocam, e as formas que me tocam. Pensar no bem. É plantar no solo do coração a esperança de agir. A brutalidade das pedras está nas mãos e no interior de quem as atira.

Sem pressa. Teça um poema e deixe o tempo levar. Não são apenas tintas espalhadas. As cores exprimem os apelos da alma.

Toda palavra tem outro colorido junto as flores. Que perdure a luz na santa oferta dos dias. Regozije o instante. Espalhe plenas palavras.

Transformar o verbo requer ação, conduta, zelo, determinação. Toda pedra tem seu valor. A loucura é tudo aquilo que te faz acreditar... que vale a pena acreditar.

A alternância entre o dia e a noite, resguarda as linhas. Retoca o sol de seus olhos. Aperta os traços bobos e insignificantes. No final tudo é recomeço.

A chave da vida é composta de vontades e simples determinações. A questão oportuna é saber dar a volta certa. Traduzir seus mistérios... requer suavidade. Compreender o real valor de um sorriso, mesmo que ele esteja envolvido em lágrimas. Lembranças, são toques nostálgicos, que fazem dos pequenos instantes paginas de recompensa. Nada está perdido. Ou foge ao entendimento. Viver é dadiva que colhemos nos vales das experiências. Plantar é uma arte! Escolher boa semente é sabedoria.

Bom, eu, na verdade, demorei para perceber que não existe manual para ser feliz, para ser um bom pai, bom filho. Isso é uma questão individual, cultural, não requer intelecto, foge a regras e contextos. Me sento com esses questionamentos e desfio em meio aos dias pensamentos e pensamentos.

Tenho a impressão de que o nada cria asas, deixando pousar entre as linhas resquícios inoportunos. Não adianta checar o tempo. O futuro é um barco sem destino de olhos vendados a deriva na inexistência.

Então, eu fiquei me perguntando: Não seria o momento de sepultar tudo aquilo que não me rende nada. Esquecer os tapas, pedradas. Cravar de vez os pés no chão.

Rompo o branco de minhas portas e vou além de suas significâncias. Me retiro das sombras e me faço paisagem dentro de toda minha fragilidade.

Creio que ainda não entendo a dimensão de certas coisas que flutuam a minha volta. E na ausência de entendimento me calo dentro do casulo aguardando a metamorfose.

Weder Soares
Enviado por Weder Soares em 30/09/2014
Reeditado em 30/09/2014
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