SOBRE AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS
Você já parou para pensar um pouco sobre o que está acontecendo em torno de você? Não? Bem, o que na verdade quero provocar aqui é um despertar desta nossa mente quase sempre embotada pela demência desse mundo atual. Você deve está se perguntando agora sobre o que seria um mundo ultrapassado! Se não é atual é passado, faz sentido esse pensamento. Mas vamos lá, tenho esperança de não lançar aqui idéias marginais, que já estão em desuso, que ficaram para trás e que não encontram espaço mais hoje. Por se tratar de tantas idéias, acho que vou focar em uma que nunca deveria sair de cena, as relações interpessoais. O que está acontecendo com este mundo? A resposta está unicamente naquilo que encontra sentido para a existência das coisas, o homem! Saber o que está acontecendo com o homem é mergulhar nesse labirinto de respostas. Como o homem já foi definido como um ser social, gregário, então é exatamente em suas relações que devemos buscar a refutação para esta questão.
Partindo-se do princípio de Aristóteles, o homem foi criado para conviver com outros homens. esta relação guarda uma ordem direta com valores determinantes para uma salutar convivência, com respeito, camaradagem, paciência, tolerância, solidariedade dentro de uma atmosfera fraterna e universal. São valores que hoje, no mundo atual, estão se perdendo paulatinamente. Qual seria a razão! Não tenho a resposta exata, mas tenho uma pronta. Pode até soar como conservadora, mas é sensata, e faz sentido, a célula mater, ou seja, a família. A desestruturação e a forma como muitas pessoas e grupos estão abordando esta questão, a familia tradicional está em franca deteriorização, e com ela, muitos valores a se perderem. Diretamente ligado a estes valores, está minha pergunta inicial: o que está acontecendo em seu entorno caro leitor? Se você ainda não percebeu onde quero chegar, eu ajudo. Você já está mergulhado nesse mar opaco, de visão turva, chamado individualidade não compartilhada. As pessoas estão a cada dia mais trancafeados em seus mundos, mudos, calados, perdendo um precioso grauzinho de calor humano.
Estou falando de uma das fragilidades mais marcantes desse mundo atual, da perda da essência das relações interpessoais! O sangue arterial, aquele rico em oxigênio, elemento vital para todos nós, que nos faz lembrar que não nos bastamos nem para nós mesmos, porque o essencial para nos mantermos vivos está fora de nós e não dentro (o oxigênio), está substituído pelos fluidos das máquinas, por fibras óticas e sinais de satélites estratosféricos. O tocar, o falar, o olho no olho, o riso aberto e compartilhado ao vivo está acabando. Os limites estão sem limites, não há diálogos, nem entre amigos nem na família, que aliás, já sobrevive, não vive-se mais. Os valores que já falamos não tem sentido virtual, é preciso o sentido de uma existência para eles também existirem! Não há vivência, não há prática, mas pequenos círculos que agonizam num passado que já saiu de moda! Mas sabe o que é que me reconforta? É que de um jeito ou de outro, a moda sempre volta, retorna, e as pessoas acham que é novidade. Portanto, um dia espero ver ou ter a esperança de que meus netos vivam numa sociedade em que um beijo na boca seja mais que uma troca fervorosa de bactérias , seja a celebração do renascimento do verdadeiro amor!