O copo d’água
Chegou a noite, já fechei as janelas, estou de pijama, meu cobertor já está estendido e o travesseiro no lugar. Colchão macio, travesseiro mais ainda, já escovei meus dentes, agora vou...
Creme dental me dá uma sede! É, vou tomar um copo d’água. Vou até a cozinha no escuro pra não perder o pouquinho de sono que tenho. Um copo d’água e cama.
Quando eu voltar para a cama vou dormir com o barulhinho da chuva, que é quase igual a esse da água da talha caindo no copo...
Ai, que vontade de ir ao banheiro. Ta bom! Banheiro, outro copo d’água e cama. Vou ao banheiro, mas lá a luz tem que estar acesa. Saio do banheiro.
Agora sim, um copo d’água e cama. Ah... O barulhinho da água no copo, água saciando a sede. Por cima da circunferência do copo, vejo,perto da janela, uma mesa, papel, caneta...
Não, eu não vou passar a noite escrevendo de novo. Tenho que dormir. Claro, depois do copo d’água.
Me deito novamente e perdida entre os meus pensamentos a imagem do papel e da caneta sobre a mesa. Vou pensar em outra coisa!
Porque será que toda noite é a mesma coisa? Não durmo sem um copo d’água. Ih! É só pensar que já me dá sede de novo. Mas não. Adiante. Não vou beber água de novo... Água. Ah! Desisto, vou tomar outro copo d’água, depois cama.
Mas antes mesmo de chegar à cozinha vejo o papel...
Ta bom! Escreve “um copo d’água”, toma um copo d’água e cama!