"A MENTIRA COMO UMA VERDADE" Crônica de: Flávio Cavalcante
A MENTIRA COMO UMA VERDADE
Crônica de:
Flávio Cavalcante
Essa discussão é notória quando acontece de quebrarmos o tabu desde os nossos pais que nos aconselharam na nossa infância a falar a verdade sob qualquer circunstância. As represálias eram diversas quando quebrávamos essas regras impostas por eles. Mas será que é em todas as situações que a verdade tem que ser dita? Já houve situações que nem toda verdade é tão benévola assim. Dependo da situação do momento às a omitimos a verdade para salvar um momento que poderia acabar numa desgraça.
Na minha opinião, certas mentiras funcionam mais que muitas verdades. Isso não quer dizer que vamos passar o tempo todo mentindo. É óbvio que certas situações nos vemos até na obrigação de mentirmos para sair de uma situação constrangedora.
Algumas palestras sobre o que devemos e o que não devemos mentir, gerou algumas discussões curiosas e sinceramente depois de alguns exemplos observados confesso que nessas situações eu me tornaria o maior mentiroso já encontrado. O palestrante interrogou algumas pessoas da plateia, dizendo que se alguém que mora dentro de uma comunidade de risco e dentro de casa existe um casal que tem um filho viciado em drogas e que está devendo ao todo poderoso do lugar, onde sabemos que dever a esse tipo de gente fatalmente o pagamento sempre é a própria vida. O palestrante colocou a situação nas mãos de todos se por acaso os delinquentes fossem à residência procurar o seu filho para um acerto de conta. Qual seria reação de qualquer um que estava ouvindo aquelas palavras? Vocês entregariam seu filho para os lobos? Sabendo que se falasse uma mentira salvaria a situação de afastá-lo daquele momento trágico e doloroso para a família? A resposta foi unânime que todos mentiriam. Aliás, é uma reação normalíssima quando se envolve amor de pai e de mãe. Eu considero uma mentira benevolente nesse caso.
Na justiça por exemplo, é enorme o número de testemunhas mentirosas que a lei dar credibilidade só para confirmar uma situação que na maioria das vezes essa testemunha nunca viu o acusado e mesmo assim, sob a orientação de um advogado que acaba dando valor a uma mentira prejudicial à toda uma situação, levando o acusado a pagar as agruras da lei erroneamente e injustamente só para agradar o seu cliente em prol de levar o sustento para casa. Nesse caso a mentira é vil.
Eu me considero um mentiroso benevolente, mas ás vezes acredito nas mentiras que escrevo. As estórias que vou desenvolvendo me envolvem tanto que acabo me emocionando, ás vezes me dá sensação de ira por causa das tramoias de um vilão, dou gostosas gargalhadas nas comédias que vou desenvolvendo e tudo não passa de mentiras que acabo acreditando que é verdade e o grande segredo é que levo o grande público a acreditar também.
Existem caso que a mentira vira também uma enfermidade chegando às vezes a perder o controle de uma determinada situação. Casos assim, as pessoas vivem num mundo próprio e irreal e dar total credibilidade às mentiras criadas pela mente. Casos assim precisam ser acompanhados por um especialista. Crianças costumam mentir sem responsabilidade e cabe a nós adultos discernirmos o que uma mentira ou não. Não há culpa quando uma situação constrangedora é provocada por uma mentira vinda de uma criança, pois, está vinda de uma fonte apesar de muito fértil, ainda irresponsável. Já houve caso até de morte segundo relatos de algumas matérias em jornais, por causa dessas estórias muitas vezes mirabolantes e muito criativas dos inocentes. A própria natureza nos entrega essa situação como um alerta para estarmos de olho; pois, na maioria das vezes vem de fonte insegura. Esta situação apresenta quando a criança começa a ter contato totalmente com um mundo ilusório, onde arruma amigos e coisas invisíveis.
A mentira pode ser benevolente se for responsável; o cuidado está em observarmos se está vindo de uma fonte segura.
Flávio Cavalcante