Parecer crítico a respeito dos corações

"Precisa de alguém para conversar? Eu ouço. Dou abraços gratuitos."

Era o que estava escrito (em inglês) em um pedaço de papelão, aos pés de uma jovem aparentemente mestiça, em Blacksburg, onde ocorreu o massacre às 32 pessoas nos EUA. Sim. E o impacto da imagem perde-se em meu relato verbal. Mas serve-me de tração para observar que as pessoas demonstram com atitudes, propositais ou não, como funcionam seus corações. Ou para que lado ele bate.

Há seres que acredito que possuem um coração-táxi. Está cada hora transportando alguém. Só por um tempo cada passageiro, curto ou longo. Sai um e entra outro. Cobra-se pelo serviço, não necessariamente em dinheiro. Uns ainda esquecem a carteira ou algum objeto pessoal dentro. Para (talvez) nunca mais reaver.

Outros humanos possuem um coração-hippie: sempre alegres e desprendidos de qualquer bem material, em nome de ajudar os outros sem nada em troca e sem saber por que estão ali (como a moça de Blacksburg que citei). Estão sempre sem rumo. E sem nada. Mas nunca sem graça.

Tenho arrepios dos que possuem coração-iceberg. Fredud se debruçou sobre eles. Homens que se encaixam num quadro de suma frieza. Mutilam colegas na infância, não possuem nenhum tipo de contato íntimo com ninguém por toda a vida, e, quando tentam, ferem muito o próximo, seja ele pai, mãe, filhos, cônjuge, cachorro ou periquito. E isso é só a pontinha que pode ser vista sobre o mar. Pois na vida adulta conseguem, dando uma ordem (claro que não usam as próprias mãos, já que são de gelo, e sem tato) matam milhões. De pessoas. De animais. De crianças. E de corações. Qualquer semelhança não é coincidência. Há muito nas profundezas desta espécie. Afundam até navios.

Encontrou o teu coração? Não escaparás! Amanhã falo de mais corações. Pois o meu já disparou. Está se achando um "táxi".

Adeus!

Edson JR
Enviado por Edson JR em 23/05/2007
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