Você precisa saber o motivo da máscara...

Veja como algumas coisas são relevantes na vida, à leitura é uma delas. Apaixonada que sou por ela, fico focada em tudo que a envolve, tais como: feira, bienal, festa literária, sarau literário,...

2014, mudanças no calendário literário, por causa da Copa do Mundo, não vou entrar no detalhe do vexame do Brasil, por conta de ser torcedora do E.C. XV de Novembro de Piracicaba, ou melhor, sofredora, mais conhecido e reconhecido por Quinzão, e, por isso, gostar de futebol..., de sofrer!

A Festa Literária de Paraty é uma destas coisas relevantes entoada no meu calendário das letras. Surpresa! Mudanças inesperadas na minha ida a FLIP..., a excursão feita pelos professores do Curso de Letras, gorou! “Flip em Agosto? Não dá, não! Bem no início das aulas!”.

Comentei a decisão para outra apaixonada pelos encantos (sei dos desencantos, também, proporcionados pela FLIP para a cidade) de Paraty... Minha amiga num ímpeto joga a sugestão.

“Vamos até São Paulo e, de lá, fazemos baldeação até Paraty, é claro!”

Dias de pesquisas de preços..., as pousadas “tiram a barriga da miséria”, "cravam o punhal" no bolso dos loucos pela Flip, é caro!, ou, melhor dizendo, é claro!

Acertada a pousada, mais duas amigas enfrentam a sugestão e a empreitada! Saímos de Piracicaba num ônibus com ar condicionado cheirando a limpeza! Rodoviária de São Paulo pausa para esperar a empresa que, nos levará a Paraty. Hora de almoço! Embarcamos...

Nos primeiros cinco minutos algo estranho acontece! Janelas fechadas para não entrar o ar de fora, afinal, o ar do interior do veiculo é condicionado. Um odor fétido de urina começa a tomar conta das nossas narinas, invadir o estômago de cada um... Embrulhar... Ânsia...

Alguém não suporta o fedor... Vômito! Para desespero dos passageiros. Um coro uníssono pediu para o motorista fazer a higienização do ônibus.

“Somente na parada!”

E, lá fomos nós embalados pelo odor de urina e vômito. A parada parece nunca chegar...!

Enfim, a tal parada num posto de combustível. Ninguém come nada! A venda de água tônica aumenta! Motorista cumpre o prometido, limpa o vômito.

Algumas curvas na serra, depois..., o mau cheiro retorna com, força total, aprisionado que está no interior do filtro do ar condicionado.

Eita, percurso longo... Paraty não chega nunca! Enfim, salvos pela beleza arquitetônica da cidade esquecemos o mau cheiro imposto pela viação em seus ônibus!

Retornar é preciso, com a bagagem carregada de livros... Literatura aflorada a pele. Domingo, hora do almoço, rodoviária de Paraty. Estamos felizes, mas, cansadas, a espera de um retorno para São Paulo sem “percalços odoríferos” como diria, o prefeito de Sucupira, Odorico Paraguaçu. Ônibus encosta. Fico sabendo que ele está vindo de Niterói!

Fila para a identificação de cada passageiro e suas malas. Consigo entrar e já vou desejando: Boa Viagem!

Na primeira fala de boa viagem engasgo..., o odor fétido esta ainda mais forte. Uma jovem passageira avisa: “Os ônibus desta empresa cheiram urina!”.

No balanço da estrada o mau cheiro se espalha..., lembro que, tenho um creme de mãos no interior da bolsa, e, uma caixa de lenços descartáveis... Passo uma porção de creme na ponta do nariz, grudo um lenço na sua ponta! Voilá! A “Máscara do Zorro” se espalha pelos passageiros! O creme e os lenços transformam os passageiros no herói justiceiro. Todos aplaudem a idéia, neste momento, retiro um nariz de palhaço, meu companheiro de idas e vindas nas minhas andanças, como forma de manifestar minha revolta, eu o coloco, o odor não consegue transpor o nariz! Palhaços são todos os passageiros desta Viação!

Agora, você, já sabe motivo da Máscara...

#Enviei essa crônica como protesto para a Empresa, pois na outra mensagem que enviei constatando o problema eles ignoraram...