A Ilibada e a Guerrilheira
As personagens desta história foram duas moças daqueles idos. Eram, como se dizia naquela época, Colegiais.
Uma estudou em uma instituição se preparando para ser “Normalista”. E nas aulas de música aprendera todos os hinos: da escola, das carreiras brilhantes, os cívicos das datas marcantes segundo o Positivismo que perdurava nas repúblicas das bananas. Era aluna exemplar e quase se tornou freira.
Mas não. Fizera naquela escola o curso para ser professora e perpetuar “os bons costumes” e ser reprodutora... de tudo. Aprendera todas as didáticas e a Puericultura. Estava preparada para ser mãe, esposa exemplar, progenitora de prole cívica... e professorinha. La estava ela, A Ilibada, no interior de Minas Gerais...
***
A outra, na capital do estado, fizera o Clássico, estudara humanidades. Fizera vestibular e se matriculara no Curso de Economia. Estudava os Modos de Produção.
O país, neste ínterim, viveria os desmandos da ditadura – como em toda República... a das bananas. A juventude consciente reagiu. Os intelectuais denunciaram. A igreja revolucionária protegia. Os jovens mais afoitos pegaram em armas. E lá estava ela, A Guerrilheira.
O país mudou, porque o mundo havia se transformado.
Nos processos democráticos, representantes explorados se ascenderam política, sócio e economicamente.
E aquela jovem que fora torturada para que isto acontecesse se tornou Presidente – A Presidenta!
Questionou o Império do Norte que fora acusado de espionagem.
Criou com outros países um Bloco Econômico.
Redistribuiu a renda nacional.
Garantiu acesso à Universidade – que era privilégio da elite – às pessoas que viviam à margem da sociedade com suas precárias rendas de sonho em um dia ser alguém.
Enfureceu a elite não acostumada a dividir.
***
...e a ilibada continuou sua missão de matriarca.
Antes professorinha e agora, aposentada, avó. Frequenta clube de terceira idade e declama poesias – preferencialmente sonetos de Olavo Bilac! Reúne-se com senhoras e senhores que morrem diariamente de saudosismos pelos velhos tempos de quando tinham privilégios e exclusividades.
As personagens desta história foram duas moças daqueles idos. Eram, como se dizia naquela época, Colegiais.
Uma estudou em uma instituição se preparando para ser “Normalista”. E nas aulas de música aprendera todos os hinos: da escola, das carreiras brilhantes, os cívicos das datas marcantes segundo o Positivismo que perdurava nas repúblicas das bananas. Era aluna exemplar e quase se tornou freira.
Mas não. Fizera naquela escola o curso para ser professora e perpetuar “os bons costumes” e ser reprodutora... de tudo. Aprendera todas as didáticas e a Puericultura. Estava preparada para ser mãe, esposa exemplar, progenitora de prole cívica... e professorinha. La estava ela, A Ilibada, no interior de Minas Gerais...
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A outra, na capital do estado, fizera o Clássico, estudara humanidades. Fizera vestibular e se matriculara no Curso de Economia. Estudava os Modos de Produção.
O país, neste ínterim, viveria os desmandos da ditadura – como em toda República... a das bananas. A juventude consciente reagiu. Os intelectuais denunciaram. A igreja revolucionária protegia. Os jovens mais afoitos pegaram em armas. E lá estava ela, A Guerrilheira.
O país mudou, porque o mundo havia se transformado.
Nos processos democráticos, representantes explorados se ascenderam política, sócio e economicamente.
E aquela jovem que fora torturada para que isto acontecesse se tornou Presidente – A Presidenta!
Questionou o Império do Norte que fora acusado de espionagem.
Criou com outros países um Bloco Econômico.
Redistribuiu a renda nacional.
Garantiu acesso à Universidade – que era privilégio da elite – às pessoas que viviam à margem da sociedade com suas precárias rendas de sonho em um dia ser alguém.
Enfureceu a elite não acostumada a dividir.
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...e a ilibada continuou sua missão de matriarca.
Antes professorinha e agora, aposentada, avó. Frequenta clube de terceira idade e declama poesias – preferencialmente sonetos de Olavo Bilac! Reúne-se com senhoras e senhores que morrem diariamente de saudosismos pelos velhos tempos de quando tinham privilégios e exclusividades.
Leonardo Lisbôa
Barbacena, 24/09/2014.