BENÇÕES
Cronica de Valdez Juval
E aqui começa a polêmica:
Minha filha Jussara não admite erro no que escrevo e teima sempre comigo quando uso a expressão benções como plural de benção.
Apresenta-me um excelente trabalho de pesquisa onde quase cheguei a criar um arquivo exclusivamente para o assunto.
Exageros à parte, acho que já comentei em alguma crônica, que exerci a função de professor quando era Promotor de Justiça, lecionando português no Colégio Estadual e de sociologia na Faculdade de Filosofia de Guarabira.
Relembro o acontecimento para comentar que sempre adotava em minhas aulas uma pedagogia considerada avançada na época em que quase não se tinha conhecimento da computação e muito menos de Internet.
Debatíamos em classe com os alunos textos pré selecionados e nas dúvidas que iam surgindo discutíamos e esclarecíamos o que se poderia considerar o mais importante da gramática e sem “decoreba” íamos aprendendo a ler, escrever e interpretar.
O mais importante detalhe: o único livro que adotávamos e que cada aluno deveria possuir era um pequeno dicionário da língua portuguesa ou, como chamávamos, o livro de consulta.
Pois é, o “pai dos burros” ainda é meu livro de cabeceira.
As regras e a nomenclatura que elas recebem são tantas que é de se desafiar até mesmo muitos “imortais”.
Sei que existem hoje muitos vernáculos e daí as contradições de se escrever uma palavra rigorosamente correta.
Tenho sido fiel ao AURÉLIO e nele fui encontrar que o plural de benção é benções. Comenta o vernaculista que benção como palavra oxítona, seria a boa forma de se pronunciar mas hoje, desta forma, somente é usada pelo povo.
De Fr. Luís de Sousa: “Lançou-lhe mil benções o devoto Prelado” (Do livro –Vida de D, Fr. Bertolameu dos Mártires, II, p. 317).
Minha querida filha, faço-lhe uma proposta: Ficaremos empatados, cada qual seguindo o método que lhe aprouver.
Receba meu agradecimento pela sua participação no que escrevo.
Beijos.